REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – O tumulto registrado ontem no Sistema Ferryboat foi muito mais grave que as mais de seis horas em filas de espera e os transtornos enfrentados pelos usuário da Internacional Marítima, empresa contratada pelo Governo da Bahia, através da Agerba e Seinfra, para operar a travessia entre Salvador e Bom Despacho.
O navio dose-dupla “Juracy Magalhães” ficou sem leme e motor no momento que se preparava para atracar, carregado de passageiros e veículos, no Terminal de São Joaquim, em Salvador. Depois de ficar mais de uma hora tentando manobrar, o comandante da embarcação apelou para o pessoal, em terra, da empresa.
Com isso, o navio “Pinheiro”, que estava atracado, foi socorrer o “Juracy”, empurrando-o até a gaveta. Com a quebra do “Juracy”, somente dois navios ficaram em tráfego, provocando longas filas para embarque nos terminais de São Joaquim e Bom Despacho.
Otto Não Sabia de Nada – E o pior: o screcretário de Infraestrutura, Otto Alencar, não sabia de absolutamente nada e foi alertado somente depois das 11h sobre a ocorrência das 7h da manhã. Quando soube, Otto telefonou para o pessoal da Internacional Marítima e confirmou que o sistema só estava com dois navios em tráfego. E disseram ao vice-governador que o ferry que havia quebrado era o Pinheiro e não o Juracy.
Uma fonte da Agerba revelou ao JORNAL DA MÍDIA que com o caos de ontem mais de oito horários foram queimados. Na verdade, os usuários do sistema ferryboat estão entregues à própria sorte. Os tumultos nos terminais, pelo péssimo atendimento da Internacional Marítima, são frequentes. São tão frequentes que a própria concessionária que o governo foi buscar no Maranhão já avisou que o povo já “está preparado”.
Sim, isso mesmo: o povo deve mesmo estar preparado para coisa bem pior. Veja o que disse, em nota publicada em sites de Salvador, a Internacional Marítima, ao se pronunciar sobre o caos no ferryboat e o tumulto de ontem nos terminais:
“A população não está sendo supreendida”, disse a Internacional, para explicar as “medidas” que estavam sendo adotadas como forma de colocar mais uma embarcação em tráfego. ”E a equipe está empenhada em resolver o problema, além de avisar aos passageiros já na cabine sobre o problema”.
É uma vergonha que já no início do Verão a Internacional Marítima só disponibilize dois ou três navios para a população. Vergonha maior ainda é saber que o Estado desembolsou R$ 40 milhões do dinheiro do cidadão para investir na reforma dos ferries, cujos serviços foram executados pela própria Internacional Marítima com a baiana Lumar, e que todos os barcos estejam quebrados de novo. Afinal, onde estão os navios? Jogaram onde mesmo? Por que a Agerba não explica de uma vez? Que mistério é esse? Serão cortados como fizeram com o “Gal Costa”?
Em várias reportagens publicadas pelo JORNAL DA MÍDIA, leitores e funcionários da Agerba e da Internacional Marítima, já vinham alertando que os navios estavam passando por uma “maquiagem” e que todos quebrariam logo que saíssem da Base Naval de Aratu. E foi realmente o que aconteceu. Ferries como o Rio Paraguaçu e o Agenor Gordilho, que consumiram mais de R$ 10 milhões na reforma, estão fora de tráfego há mais de quatro meses, um verdadeiro absurdo.
É a prova inconteste da incompetência do governo da Bahia em fiscalizar os serviços públicos concedidos. O dinheiro do cidadão vai para o esgoto de forma irresponsável e cruel. E agora o governo já anuncia que está trazendo mais dois navios semi-novos para a entregrar para a Internacional Marítima explorar, ganhar dinheiro e depois deixá-los sucateados.
Sarney na Bahia – Um serviço bem abaixo da crítica. É isso que a empresa do Maranhão, com ligações através do seu dono com a família do senador José Sarney, tem feito na Bahia. E o pior: comenta-se que o dono da Internacional Marítima, o empresário Luís Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio e grande amigo de Jorge Murad, marido de Roseana Sarney, é hoje uma figura queridíssima de setores do governo Wagner, que nada fazem mais sobre o sistema ferryboat sem lhe consultar.
A Internacional ganhou do governo da Bahia um contrato emergencial de seis meses. A despeito do caos no sistema, o governo gostou tanto da empresa que prorrogou por mais seis meses. Só falta agora a licitação definitiva, que vem por aí. Aí, podem ser mais 25 anos para a concessionária do Maranhão, que não trouxe sequer uma catraia para a Bahia, permanecer na terrinha.
Não é por pouco, afinal, que os navios que o governo está comprando, segundo se informa, com dinheiro público, teriam sido escolhidos também pelo empresário do Maranhão, que ganhou trânsito livre na Bahia graças, além da sua desenvoltura invejável e à sua riqueza, à influência que o deputado Zequinha Sarney, seu inestimável amigo, exerce sobre algumas figuras políticas da base do governo Wagner.
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