REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Os funcionários da Internacional Marítima não andam nada satisfeitos com a concessionária contratada pelo Governo do Estado para explorar o Sistema Ferryboat. A insatisfação é por conta da forma nada hospitaleira, segundo eles, com que são tratados pela empresa do Maranhão de José Sarney.
“Tiraram até os beliches das guarnições e os marinheiros agora são obrigados a fazer a faxina dos sanitários dos navios. Tem um diretor que quando se reúne com os empregados é só para agredí-los. Dá palavrões, xinga todo mundo. Ameaça botar pra fora quem falar alguma coisa. Acusa a gente de denunciar coisas erradas feitas por eles nos navios à Capitania dos Portos”, diz um funcionário por telefone ao JORNAL DA MÍDIA, pedindo para não se identificar.
O “diretor” da Internacional Marítima que anda aprontando nos terminais marítimos é identificado somente como “Valdeci”. Sabe-se que veio de São Paulo para “gerenciar geral” o ferryboat da Bahia.
Segundo funcionários da Internacional, ele teria sido o responsável direto pela demissão de Nelson Martinelli da empresa.
Reforma ou Maquiagem? – Explica-se agora: Nelson Martinelli é capitão-de-mar e Guerra, na reserva, da Marinha do Brasil. Atuou, há dois anos, na Capitania dos Portos da Bahia, na área de inspeção naval. Foi comandante da Base Naval de Natal (RN). É tido como um técnico muito capacitado e rigoroso nas questões relacionadas à segurança das embarcações e dos passageiros.
Martinelli estava atuando no Sistema Ferryboat desde a intervenção da Agerba, em setembro de 2012. Mas, segundo informações seguras apuradas pelo JORNAL DA MÍDIA, começou a desagradar aos maranhenses da Internacional Marítima por não concordar com muita coisa errada que presenciava durante a reforma das embarcações.
O governo gastou mais de R$ 30 milhões com a reforma e existem denúncias de empregados da Internacional, algumas já levadas ao Ministério Público da Bahia, de que os navios passaram na verdade por uma “maquiagem” mal feita. Todos quebraram após o retorno ao tráfego e até o início da semana passada três dos sete ferries da frota estavam apreendidos pela Capitania dos Portos por diversas irregularidades.
Mais recentemente, quando a Internacional Marítima encalhou o ferry Pinheiro em um manguezal da Base Naval de Aratu para fazer “manutenção”, o capitão Martinelli teria deixado ainda mais claro o seu descontamento com as práticas irregulares da empresa do Maranhão. As mesmas práticas absurdas da TWB.
A Fome com a Vontade de Comer – O pessoal do Maranhão que está à frente do ferryboat na Bahia é meio desconfiado. Ninguém sabe porque. Além de achar que o capitão Martinelli “estava metendo o dedo demais” nas operações, os maranhenses, dizem, começaram a desconfiar da presença constante da Capitania dos Portos nos terminais. E mais: o fato de Martinelli ser primo de Eduardo Pessoa, diretor-executivo da Agerba, intrigava a turma da terra de Sarney. Os indicadores de desconfiança dos conterrâneos de Roseane Sarney e Jorge Murad explodiram.
Desconfiam também os “donos” atuais do ferryboat da Bahia do pessoal da Agerba que atua nos postos de fiscalização de São Joaquim e Bom Despacho. Entendem que os servidores passam informações demais para o diretor da Agerba. Eles querem neutralizar tudo. Até a imprensa – mas esta é fácil, porque, como diz o ditado, a mídia quando come não fala.
Recentemente um assessor ou diretor da Internacional Marítima manteve um belo encontro com um ex-diretor da TWB. Não se sabe se casual ou programado.
“Aquele lá é um maluco”, foi a primeira resposta que o moço da Internacional ouviu em relação ao diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa. Esse ex-diretor da TWB era um desafeto de Pessoa na época que a concessionária paulista travava uma batalha de troca de ofensas pela mídia. O ex-TWB foi classificado pelo diretor da Agerba de ”cafajeste, moleque e mentiroso”. Pense num absurdo? Na Bahia tudo é possível. Quem garante que a Internacional não esteja a fazer “consultoria” com a antecessora?. Pelo menos já andou meio caminho…
Ela quer Renovar – Neutralizar tudo significa abrir caminho para a Internacional Marítima ter seu contrato emergencial de seis meses renovado por mais seis. O contrato já está pela metade e o tempo passa rápido. E depois vem a licitação. E essas licitações, hum…São perigosas. Portanto, é imprescindível que a imprensa esteja calada e que o governo divulgue bem que o ferryboat melhorou muito, como costuma fazer o secretário da Seinfra e vice-governador, Otto Alencar. Isto é tudo o que a Internacional quer.
E a sofrida população da Bahia que se dane. O importante é que o Maranhão do ilustre Zé Sarney esteja muito bem “representado” na terrinha. Triste Bahia!
- Empresária critica ferryboat e pede providências ao Ministério Público
- Capitania diz que ferry da Internacional Marítima sofreu pane seca e ficou à deriva
- Ferry “Juracy Magalhães” fica à deriva e Internacional Marítima queima horários
- Ferryboat: Internacional Marítima vende “gato por lebre” à população.
- Ferryboat vai de mal a pior com a Internacional Marítima e a omissão da Agerba
- Capitania dos Portos instaura inquérito contra a Internacional Marítima
- Internacional Marítima importa ”know-how” da TWB e encalha ferryboat em Aratu
- História da Internacional Marítima é parte das malvadezas de ACM contra Waldir
- Internacional Marítima emite cupom fiscal em nome da TWB