A balsa Bartira-I, pertencente ao Estado e cedida à concessionária TWB, despareceu, escafedeu-se, desde a última terça-feira à noite. O equipamento, que passou mais de um ano preste a afundar nas imediações da praia de Cantagalo e o antigo prédio da Petrobras, foi rebocado há cerca de três meses para uma área próxima ao terminal de São Joaquim.
Com vários rombos no casco devido à falta de manutenção, a balsa afundou entre terça-feira e ontem (7). Segundo informações chegadas ao JORNAL DA MÍDIA, a TWB está escondendo a ocorrência da Agerba, a agência de regulação da Bahia.
A Agerba nada comentou ainda sobre oo paradeira da balsa. A concessionária TWB, muito menos.
Entenda o Caso – Em 2006, o Estado deixou em poder da TWB, através da Agerba, uma balsa denominada Bartira, que servia de apoio na atracação do catamarã “Morro de São Paulo”, que pertencia à frota do Comab. Com a saída do Comab da Bahia, a TWB chegou e tomou posse do equipamento, mesmo sem ter nenhum documento – a balsa não faz parte dos bens transferidos pelo Estado para a TWB no contrato de concessão do sistema ferryboat.
Sem nenhuma fiscalização da Agerba, a TWB resolveu ”cortar” a Bartira, transformando-a em duas balsas, ”batizadas” agora de “Bartira I” e ”Santa Helena”.
Em janeiro de 2010, o inquérito da “Operação Expresso” da Polícia Civil, feito com base em grampos telefônicos, identificou que as balsas “Bartira” e “Santa Helena” foram alugadas ilegalmente pela TWB à Construtora Odebrecht e para a estatal Petrobras.
A exemplo dos cinco carros do Estado vendidos na “Ilha do Rato” pela TWB, o assunto foi divulgado com exclusividade pelo JORNAL DA MÍDIA.
O então diretor-executivo da Agerba, Aristides Amorim, declarou que a TWB tinha alugado as balsas sem autorização da agência de regulação. Veja o que disse na época (11/01/2010) o diretor da Agerba:
“A TWB pediu autorização em abril do ano passado (para alugar as balsas), mas, em novembro, nós pedimos que ela fornecesse uma série de documentos que justificassem a locação das balsas. Até o momento, a TWB não enviou a documentação e, portanto, não tem autorização”, declarou Cerqueira.
Desde então, a “Bartira-I” foi abandonada nas imediações do Terminal de São Joaquim. Quanto à “Santa Helena”, desapareceu. O atual diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, garantiu, depois que soube da denúncia do JORNAL DA MÍDIA, que iria mandar investigar o “paradeiro” da Santa Helena. Deu várias entrevistas sobre o assunto, mas nunca mais voltou a comentar o caso.
Dizem que Pessoa, em companhia de Rondon do Vale, seu companheiro de diretoria da Agerba e conhecido também como ‘marechal’, chegou a viajar para Recife, há dois meses, porque soube que a balsa “Santa Helena”, a irmã da “Bartira I”, teria sido alugada pela TWB a uma empreteira que está atuando no Complexo Portuário do Suape, em Recife.
Resultado: a balsa “Bartira I” afundou. E A “Santa Helena”, alugada, continua rendendo divisas para a TWB, a empresa das três letrinhas apadrinhada do Governo do Estado.