Em seu apartamento de dois quartos, Nanci de Uzeda Luna, 42 anos, convive com suas oito calopsitas e seus quatro agapornis. Pode parecer apertado falando assim, mas a esteticista transformou sua sacada em um viveiro de dar inveja para muito passarinho.
A história dela com seus amigos de penas começou há cerca de três anos quando sua cachorra de 16 anos morreu. Como consolo, a filha de Nanci, Ana Beatriz, 14, ganhou de um amigo uma calopsita de um pouco mais de um mês de vida que ainda se alimentava no bico. “Foi amor à primeira bicada. Não aguentei ir trabalhar e ver o bichinho em casa sozinho”, conta a esteticista sobre a chegada da ave que ganhou o nome de Luna. Logo, a calopsita ganhou um companheiro, o Thor. Passado um mês, uma colega pediu para que Nanci e Ana Beatriz cuidasse de uma terceira ave da espécie, o Nick, enquanto viajava.
Ali, na gaiola, Luna se apaixonou por Nick, que acabou ficando na casa, e Thor, o pré-destinado companheiro, ficou solteiro. Desse romance, nasceram quatro filhotes, dos quais a família manteve apenas um. E no decorrer do tempo, vieram Laila, Flick, Meg, Jonhy e Titica. E não parou por aí.
Mas antes de continuar a montar todo o cenário desse viveiro, vale a pena contar a história de Titica: a calopsita chegou para Nanci quase que sem pena alguma. Por passar muito tempo sozinha, onde morava antes, o pássaro desenvolveu o hábito de se auto-mutilar. Por conta da solidão, ela mesma arrancava pena por pena.
Para solucionar esse problema, a veterinária Luciana Fernandes de Oliveira resolveu colocar um colar de proteção para que Titica não pudesse mais cometer seus autoataques. “Eu tiro o tempo todo, mas logo tenho que colocar de volta, porque leva um bom tempo para que a ave perca esse hábito”.
Colegas – Feliz com suas oito calopsitas, Nanci começou a se interessar por outra espécie de pássaros, os agapornis. Comprou um, outro e mais outro. São quatro que se revezam entre a gaiola e o viveiro do apartamento. “Os agapornis chegaram este ano. Apesar deles gostarem mais de liberdade do que de companhia, um deles é muito apegado a mim”.
A rotina da casa é rigorosa. “Levo uma hora por dia para limpar todas as gaiolas”, diz Nanci sobre a higiene. Além disso, a alimentação da turma é bastante balanceada e eles contam com visitas regulares da veterinária que vai até a residência ver como andam os bichinhos.
No prédio, Nanci diz nunca ter recebido uma reclamação sequer por causa do canto dos seus pets. Na verdade, muitos vizinhos gostam e, aos fins de semana, a sacada da esteticista vira ponto turístico. (Camila Turtelli, da Rede Bom Dia)