Em entrevista à imprensa nacional em Nova York nesta quarta-feira (21), o presidente Michel Temer se disse surpreso com a opinião ”personalíssima” do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sobre o projeto de lei que abria brecha para anistia a políticos que são alvos da Operação Lava Jato. A informação é do site do jornal Folha de S. Paulo.
Articulador político de seu governo, Geddel disse nesta terça (20) ao jornal”O Globo” ser pessoalmente a favor da anistia para quem praticou caixa dois.”Quem foi beneficiado no passado, quando [caixa dois] não era crime, não pode ser penalizado”, afirmou. ”Esse debate tem que ser feito sem medo, sem preconceito, sem patrulha e sem histeria.”
”Isso foi surpreendente para mim, quando eu chegar lá no Brasil vou examinar esta questão", afirmou o presidente. ”Pessoalmente, não vejo razão para prosseguir ou prosperar nesta matéria.”
Ele não disse como orientará sua base a respeito. ”Não tem orientação nenhuma, não daria uma orientação daqui [de Nova York].”
No final dos dez minutos da entrevista, a única que aceitou conceder à imprensa em quatro dias da viagem a Nova York, Temer respondeu se sabia sobre os supostos esquemas de corrupção no PT —de quem o PMDB foi parceiro por anos no Planalto.
”Um dia, eu mesmo me coloquei como vice-presidente decorativo. Eu não tinha participação, não acompanhava nada disso.”