REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
A derrota para o Atlético_MG, ontem, a terceira em seis jogos, só fez aumentar a crise no Vitória. Nas redes sociais, diversos movimentos estão pedindo a renúncia do presidente Carlos Falcão, tido como um cartola inexperiente e sem a qualificação necessária para comandar o clube. No Facebook, o #ForaFalcão ganha força e já foi curtido e compartilhado por centenas de torcedores. O movimento é para convocar a torcida a comparecer nesta sexta-feira, 24, no Aeroporto de Salvador, no momento do embarque do time para o Rio de Janeiro para o jogo com o Botafogo.
Enquanto isso, nas emissoras de rádio, conselheiros que apoiaram e votaram em Carlos Falcão, já se manifestam contra os últimos acontecimentos e a pífia campanha do clube no Campeonato Brasileiro. Entre eles, o ex-presidente Ademar Pinheiro Lemos, que não poupa críticas a Falcão. Pinheiro dá sinais evidentes de que está se movimentando para assumir o lugar de Falcão, em caso de uma renúncia forçada do presidente, que assumiu o cargo em janeiro depois de uma eleição indireta e que chegou a ser questionada na Justiça pelo grupo de oposição Vitória Século 21.
Alexi e Falcão não se entendem – Falcão foi diretor administrativo do Vitória nas duas gestões de Alexi Portela. É cria do ex-presidente. Ou era: fala-se agora que Portela não quer mais saber do pupilo, que deixou de ouvi-lo e de seguir conselheiros influentes sobre as decisões que toma, principalmente na área de futebol. As inúmeras contratações equivocadas e o amadorismo que impera hoje no Departamento de Futebol do Vitória teriam colocado o atual presidente em desgraça com o ex.
E parece que a briga Alexi-Falcão é para valer mesmo, se se levar em consideração que nas resenhas esportivas de emissoras de rádio não se fala mais em outra coisa. Falcão, que antes tinha o apoio quase que total de cronistas esportivos, passou a ser massacrado e taxado de incompetente pela maioria. Alguns chegam a classificá-lo de arrogante e prepotente, reponsabilizando o cartola ela crise instalada na Toca do Leão.
Dinheiro da Globo – E mais: a crise não estaria limitada à área de futebol. A situação financeira do clube, segundo dizem, também é muito grave, assusta e está vindo à tona de forma leonina. O radialista José Eduardo, o “Bocão”, tido como o cronista mais ligado a Alexi Portela e que apoiou muito a indicação de Carlos Falcão para presidente, é um dos mais contundentes críticos da gestão atual. Comandando programas nas rádios Itapoan FM, Metrópole e Transamérica, “Bocão” fez nesta sexta-feira (23) uma revelação que chamou a atenção e jogou ainda mais lenha na fogueira para torrar o cartola rubro-negro: o Vitória tomou R$ 40 milhões à Rede Globo por conta da antecipação de sua cota. O radialista não deu detalhes da finalidade do dinheiro, onde os recursos seriam empregados.
Fala-se que a situação financeira do Vitória estaria bem distante da que era propagada anteriormente, com o clube se projetando até nacionalmente na mídia como um exemplo de gestão, que pagou dívidas e que promoveu uma verdadeira revolução financeira em suas contas. Não se sabe, exatamente, qual é a realidade atual, qual o montante da dívida, se é que ela existe, porque os números não são divulgados. E quando são divulgados, são sempre de forma superficial, na base do oba-oba. O quadro, nesse aspecto de transparência, é igualzinho ao que praticava o rival Bahia.
A Invenção de Alexi – Repetindo aqui trecho do artigo publicado na última terça-feira por este JORNAL DA MÍDIA, com o título ”A escolha de Alexi e a aventura de Carlos Falcão no comando do Vitória”, o maior culpado pelo que aí está é Alexi Portela. Foi ele quem inventou e impôs o nome de Falcão ao Conselho do clube. Este, por sua vez, fez o que sempre fez, ou seja, nada. Elegeu Falcão quase por unanimidade. Eleito, o novo gestor fez o que nem o mais pessimista torcedor esperava: desmontou um grupo forte, menosprezou um ídolo, fez contratações bizarras, mergulhou o clube numa grave crise como há muito não se via.O Vitória de hoje lembra muito do Vitória dos anos 70 até meados de 80.
Conselheiros como Fábio Mota e Alberto Mascarenhas, antes mesmo de ser deflagrado o processo sucessório do clube, em 2013, tinha advertido Alexi Portela pelo erro que estaria comentando ao bancar o nome de Falcão. Argumentaram que Falcão, tido como um bom técnico da área financeira, não tinha a qualificação para comandar um clube com a grandeza do Vitória. Portela não levou a sério, preferiu continuar com o seu grupo controlando o Vitória. E mais: Mota e Mascarenhas de repente passaram a ter seus nomes vinculados à oposição e a ex-dirigentes que, conforme o que ainda se noticia nas resenhas, estariam por trás de tudo. Uma coisa não tinha e nem tem nada a ver com a outra, mas não foi assim que Portela ”entendeu”.
E o resultado da escolha de Alexi Portela está aí, em apenas cinco meses de gestão. Para fechar, mais um trecho do editorial do JM de terça: ”A aventura de Falcão só está começando, mas já dá pena e envergonha. É uma gestão que agoniza e definha cada vez que o time entra em campo e perde… É um Vitória perdedor, nanico, eterno coadjuvante, entregue à própria sorte, de torcida sofrida e maltratada”.