REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Não há nada no Vitória de 2014, comandado por Carlos Falcão, que esteja ruim que não possa piorar – piorar muito – a cada semana. Primeiro foi a humilhante desclassificação na Copa do Nordeste, depois o campeonato baiano entregue de mão beijada para o rival, em seguida a ridícula eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, agora um péssimo e aterrorizante início de Brasileiro. Ainda faltam 33 rodadas para o final da competição, mas é bom a torcida rubro-negra preparar o espírito e o coração: o frágil, medíocre e sofrível time do Vitória – montado por Falcão – é sério candidato a cair este ano.
Já dissemos aqui, mas não custa repetir: o maior culpado pelo que aí está é Alexi Portela Jr. Foi ele quem inventou e impôs o nome de Falcão ao Conselho do clube. Este, por sua vez, fez o que sempre fez, ou seja, nada. Elegeu Falcão quase por unanimidade. Eleito, o novo gestor fez o que nem o mais pessimista torcedor esperava: desmontou um grupo forte, menosprezou um ídolo, fez contratações bizarras, mergulhou o clube numa grave crise como há muito não se via.
Do mundo da lua de seu gabinete, Falcão avisa que não há crise. Em reunião do Conselho no final do mês de abril foi mais longe e pediu, implorou aos conselheiros que não permitam que “aventureiros queiram retornar ao clube”. Um apelo patético para quem está no comando há menos de seis meses. Mais um pouco – ou mais algumas derrotas – e ouviremos do presidente algo assim:
“Torcida rubro-negra podemos até cair para a segunda divisão, mas não há crise, não há o que temer. São os antigos gestores, aqueles que acabaram com o clube, que estão plantando isso tudo. Não deixem que as forças ocultas voltem. Cuidado: eles comem criancinhas e são capazes de acabar com o bolsa família”.
A aventura de Falcão no Vitória só está começando, mas já dá pena e envergonha. É uma gestão que agoniza e definha cada vez que o time entra em campo e perde. De positivo até agora, apenas o triunfo sobre o Fluminense. No último domingo, contra o Palmeiras, novo vexame, muitas vaias e mais sofrimento para os torcedores.
Em campo um grupo inexpressivo, sem nenhum talento e brilho. É assombroso ver o rubro-negro disputar uma partida da série A do Brasileiro com Mateus Salustiano, José Wellison, Mauri e Alan Pinheiro entre os titulares. É uma vergonha a falta de um treinador. É um acinte as contratações de Hugo, Lucas Zen e Rodrido Defendi, dentre outros.
Pior: não há qualquer perspectiva de reforços. Acredite: a ordem na Toca do Leão é economizar e evitar novas despesas no período da Copa do Mundo, quando o time ficará 45 dias sem jogar. Em outras palavras: a diretoria do Vitória prefere correr o risco de afundar para a segundona e perder milhões de reais em direitos de TV, patrocínios e renda de jogos a pagar o salário de dois ou três novos jogadores.
Isso é ser profissional e moderno? Que modelo de gestão é esse? Aprenderam isso em que escola? Com quem? Chamam isso de planejamento? Para o JORNAL DA MÍDIA isso tem outro nome: negligência, omissão, desrespeito, completa falta de noção do que é gerir um clube de futebol de massa.
O Vitória de Falcão faz lembrar o Vitória das décadas de 60, 70 e meados de 80. O Vitória perdedor, nanico, eterno coadjuvante, entregue à própria sorte, de torcida sofrida e maltratada.
Presidente, um conselho: não subestime, não ignore, não menospreze a dor e a revolta da massa. Para terminar, nossas sinceras orações para que a sua aventura à frente do glorioso Leão da Barra termine bem.