O escândalo do jabá do Esporte Clube Bahia segue fazendo estrago. Na ampla documentação de 500 páginas disponibilizada pelo clube para os associados e imprensa, consta até uma de refeição do ex-assessor de Marcelo Guimarães Filho, Sérgio “Kabrocha” Beserra, no valor de R$ 1.957,80 no restaurante Soho, em setembro de 2011. E ainda R$ 16 mil no Boi Preto, em julho de 2012. Há também recibos de pagamentos no valor de R$ 400 para os radialistas Dito Lopes e Jailson Baraúna, descritos como despesas de viagem ou de transmissão de jogo.
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Na edição desta quinta-feira (13), o jornal Correio publica ampla reportagem assinada por Herbem Gramacho, com novos e impressionantes dados sobre a farra dos jabazeiros. Confira a matéria, na íntegra:
Há também recibos de pagamentos no valor de R$ 400 para os radialistas Dito Lopes e Jailson Baraúna, descritos como despesas de viagem ou de transmissão de jogo.ma nota de Nem só de cifras com muitos zeros se construiu o montante de R$ 865.037,73 apontado pelo Bahia como gastos em serviços de publicidade e pagamento de passagens a profissionais de imprensa e parentes do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho no período de 2006 a 2013. Algumas notas fiscais chamam atenção pela “miudeza” e pela natureza dos gastos.
Entre os documentos que o clube disponibilizou na reunião do Conselho Deliberativo na noite de segunda-feira, e que a imprensa também teve acesso, estão comprovantes de que o clube pagou, em junho de 2011, duas garrafas de um clube do uísque no restaurante Zen para o então diretor financeiro Jorge Copello, cada uma no valor de R$ 129, numa conta que incluiu apenas mais uma dose de uísque e uma entrada. Em outra nota, uma refeição do ex-assessor de Marcelo Guimarães Filho, Sérgio “Kabrocha” Beserra, no valor de R$ 1.957,80 no restaurante Soho, em setembro de 2011. E ainda R$ 16 mil no Boi Preto, em julho de 2012.
O ex-presidente dá sua versão do ocorrido. “Toda empresa tem esse tipo de encontro com patrocinadores, empresários, e quem paga é o CNPJ da empresa. Não há crime algum”, justifica Marcelo Guimarães Filho.
Há também recibos de pagamentos no valor de R$ 400 para os radialistas Dito Lopes e Jailson Baraúna, descritos como despesas de viagem ou de transmissão de jogo.
Os radialistas se defendem e afirmam se tratar de acordos comerciais. “Era o complemento do comercial com o esporte da rádio. Como eu era o setorista, eu ia lá e pegava. Por isso que meu nome físico está ali. Eu tinha que assinar, senão o Bahia não liberava. Se fosse jabá, eu iria assinar recibo com meu nome? Era uma parceria de todos os jogos”, responde Dito Lopes.
Baraúna diz algo parecido. “Você pode até achar antiético, mas não pode falar da licitude. Estabelecer uma relação comercial em um programa do clube é ilícito? Não é ilegal nem imoral ter uma relação comercial com esse clube”.
O também radialista Edson Marinho explica como era o acerto. “Eu mostrei um jingle que a gente botava no ar. Era parceria e tinha uma parte em permuta de passagem. O Bahia nos dava duas passagens por jogo (para cada integrante da equipe). Isso não implicou em momento nenhum que eu deixasse de elogiar ou criticar o Bahia ou a direção. Jabá é aquilo que a gente recebe e não pode criticar. O Bahia deveria separar o joio do trigo”.