As vendas do varejo baiano já acumulam queda de 4% no primeiro semestre de 2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
As vendas do comércio varejista na Bahia, em junho, voltaram a cair frente ao mês anterior (-1,6%), na série com ajuste sazonal. O recuo veio após o setor ter registrado crescimento (1,4%) na passagem de abril para maio. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o resultado seguiu negativo (-5,3%) pelo terceiro mês consecutivo e apresentou a maior queda do país.
Com a retração apresentada em junho, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 4% no primeiro semestre de 2022, frente ao mesmo período do ano passado. O indicador acumulado no ano se manteve negativo pelo sexto mês consecutivo e mostrou a segunda retração mais profunda dentre os estados, superior apenas à registrada em Pernambuco (-5%).
No Brasil como um todo, o varejo acumula aumento de 1,4% nas vendas, nos seis primeiros meses de 2022, com 18 das 27 unidades da Federação em alta, lideradas por Roraima (11,8%), Espírito Santo (8,6%) e Rio Grande do Sul (8,5%).
No acumulado nos 12 meses encerrados em junho (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também está em queda (-6,8%), com o pior resultado do país. No Brasil como um todo, o índice é de -0,9%. Apenas nove estados apresentam resultados positivos no indicador, liderados por Espírito Santo (6,1%), Roraima (5,9%) e Mato Grosso do Sul (5,6%).
Móveis e eletrodomésticos
No primeiro semestre, na Bahia, a queda geral das vendas (-4,0%) foi resultado de recuos em 3 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui automóveis e material de construção) A maior retração e o maior impacto negativo no resultado geral vieram do segmento de móveis e eletrodomésticos (-29,1%), que vem apresentando resultados negativos consecutivamente há 12 meses. As vendas de móveis e eletrodomésticos também tiveram a maior queda do comércio baiano na comparação entre junho22/junho21 (-29,5%).
O segundo principal impacto negativo nas vendas em geral do varejo na Bahia, no primeiro semestre de 2022, veio dos combustíveis e lubrificantes (-11,5%). O segmento cai seguidamente há 11 meses e também teve resultado negativo na comparação entre junho22/junho21 (-17,9%).
Além deles, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,0%) também recuaram na Bahia, no primeiro semestre de 2022.
Por outro lado, os segmentos que mais contribuíram para segurar a queda geral do varejo baiano, nos primeiros seis meses do ano, foram tecidos, vestuário e calçados (23,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,4%).
As duas atividades também apresentaram os principais resultados positivos do estado no confronto junho22/junho21 (20,9% e 6,1%, respectivamente).
Volume de vendas
Em junho, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano voltou a cair frente ao mês anterior (-4,5%), na série livre de influências sazonais, após ter tido resultado positivo em maio (2,1%).
O resultado da Bahia ficou abaixo do nacional (-2,3%), tendo sido o 3º pior do país, à frente apenas dos registrados no Ceará (-5,2%) e Minas Gerais (-4,6%). Apenas 4 das 27 unidades da Federação apresentaram resultados positivos: Mato Grosso do Sul (1,2%), Mato Grosso (1,0%), Pernambuco (0,5%) e Goiás (0,4%).
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia registraram a maior queda do país em junho (-11,2%), terceiro resultado negativo consecutivo. No Brasil como um todo, o índice ficou em -3,1%, com 17 estados apresentando resultados negativos.
No acumulado no primeiro semestre de 2022, as vendas do varejo ampliado baiano também recuam (-3,1%). O resultado é o 2º pior do país, à frente apenas de Pernambuco (-5,3%), e bastante abaixo do nacional (0,3%).
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado. No primeiro semestre, ambas as atividades tiveram quedas.
Venda de Veículos
Nos primeiros seis meses de 2022, as vendas de veículos recuaram 0,7%, e as de material de construção caíram 3,4%. Na comparação entre junho22/junho21, ambos os segmentos apresentaram fortes quedas (-25,2% e -11,3%, respectivamente).
O desempenho do varejo ampliado baiano também é negativo no acumulado nos 12 meses encerrados em junho, mostrando uma queda de 1,4% nas vendas, o 11º pior resultado do país, e inferior ao do Brasil como um todo (-0,8%).