Rui Costa (PT), governador da Bahia, investigado por compra de respiradores na época em que presidia o Consórcio Nordeste.
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Investigado pela Polícia Federal em “um dos maiores golpes nos cofres públicos durante a pandemia” de covid-19, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), alegou em depoimento à Polícia Federal não ter “pleno domínio do inglês” e por isso “não sabia que pagou adiantado R$48 milhões a uma empresa de produtos à base de maconha, a Hempcare, para compra de respiradores que jamais foram entregues”, segundo informa reportagem do Diário do Poder
O Diário do Poder, do colunista político Cláudio Humberto, lembrou que o petista Rui Costa era o presidente do “Consórcio Nordeste”, reunindo os nove governadores da região e que prometia comprar materiais de combate à pandemia, incluindo respiradores e até vacinas.
“Era tudo conversa fiada. O que restou foi um rastro de corrupção”, sustenta reportagem do Diário do Poder.
O assunto foi destaque em toda a grande mídia do país, nesta quarta-feira.
Os R$48 milhões pagos adiantados a Hempcare (“hemp” significa maconha e “care” cuidado), na compra de 300 respiradores é apenas um dos casos mais emblemáticos, mas não o único, ressalta o Diário do Poder.
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As investigações da Polícia Federal tornam ainda mais suspeitas e incompreensíveis as resistências da cúpula da CPI da Pandemia, que se recusou a investigar corrupção no Consórcio Nordeste, por exemplo.
Desculpas esfarrapadas
O Diário do Poder lembra ainda que “durante seu interrogatório na PF, Rui Costa apresentou “desculpas esfarrapadas, caindo inclusive em contradição”. A delegada Luciana Caires perguntou ao governador se não chamou sua atenção o fato de assinar o contrato com a Hempcare, de produtos à base de maconha.
“Não. Confesso que não e lá tinha representantes de produtos farmacêuticos. Estava essa denominação da empresa e não me chamou a atenção, no momento, pelo nome, até porque eu não tenho pleno domínio da língua inglesa. Portanto, eu não domino”, disse Rui Costa.
A delegada perguntou também por que o pagamento à Hempcare foi feito antes de ele assinar o contrato com a empresa. “O senhor tinha conhecimento disso?”, perguntou a Luciana Caires. “Não. Tô tendo conhecimento disso agora”, afirmou Rui Costa.
A delegada insistiu que o então secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, alvo da Operação da Polícia Federal, afirmara que Rui Costa acompanhava essas questões de perto. “Nesse episódio, não. De pagamento ser feito antes de eu assinar o contrato? Em hipótese nenhuma”, afirmou o governador.
A policial perguntou ao governador petista por que o contrato com a Hempcare não constava do Portal da Transparência do Estado, sendo que contratos firmados posteriormente ao da empresa de produtos de maconha já constavam do mesmo Portal. A resposta foi “não sei, claro”. E completou: “Eu não olho todos os dias o Portal e não sei o que lançam. Isso não é função do governador”.