Expectativa é que a adessão de servidores seja a maior desde 2015.
A primeira de três paralisações de servidores públicos está marcada para estta terça-feira (18). A expectativa, segundo líderes sindicais, é que a mobilização neste e no próximo mês seja a maior desde 2015. Os fóruns e associações que organizam os atos representam ao menos 1,2 milhão de servidores em todo o país, desde a elite do funcionalismo até o “carreirão”. Eles pedem reajustes salariais após o Congresso ter aprovado um espaço de R$ 1,9 bilhão no Orçamento para reajustes a policiais.
As demais categorias do serviço público, a começar pelos auditores da Receita Federal, se sentiram discriminados e passaram a pressionar o Ministério da Economia na tentativa de combater a medida que privilegiou os policiais, que compõem a base do governo Bolsonaro. O grande erro do presidente, segundo especialistas, foi não ter previsto que o aumento a categorias específicas resultaria em um efeito cascata.
No governo, há um receio de que, se o aumento for efetivado aos policiais (ainda não está garantido, segundo o próprio presidente Jair Bolsonaro), a questão vá parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Se esse for o caso, a Corte pode decidir a favor do reajuste salarial a todo o funcionalismo público, o que poderia ter um impacto que varia de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. Esse valor é o dobro daquele que foi separado pelo Executivo para a reestruturação com reajuste de salário para carreiras policiais.
Enquanto uma definição não sai, o caldo das paralisações engrossa. Na sexta-feira, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef) decidiu, em reunião, participar dos atos do dia 18. A entidade tem, entre seus integrantes, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa 1 milhão de servidores federais, cerca de 80% do funcionalismo público.