O representante de uma empresa vendedora de vacinas contra a covid-19 acusa o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, de cobrar propina para fechar negócio na compra de imunizantes pelo Governo Federal. A revelação foi divulgada na noite desta terça-feira (29), pelo jornal Folha de S.Paulo, que entrevistou o empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Ele se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply.
Segundo o vendedor, Roberto Dias cobrou propina em um jantar realizado no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, no Centro de Brasília, no dia 25 de fevereiro. A empresa Davati buscou o Ministério da Saúde para negociar a venda de 400 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada. Depois o valor passou a US$ 15,5.
Ainda de acordo com Luiz Paulo Dominguetti, o diretor do Ministério da Saúde teria pedido propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. No dia do encontro, em 25 de fevereiro, o valor de US$ 1 fechou o dia equivalente a R$ 5,43.
O vendedor detalhou à Folha como foi a conversa com o representante do Governo Federal. “Eu falei que nós tínhamos a vacina, que a empresa era uma empresa forte, a Davati. E aí ele falou: ‘Olha, para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo’. E eu falei: ‘Mas como compor com o grupo? Que composição que seria essa?'”, disse Luiz Paulo Dominguetti.