CLÁUDIO HUMBERTTO
Em todas as coletivas do governo federal para divulgar dados do avanço do coronavírus no Brasil, o detalhamento sobre mortes foi ignorado no noticiário em razão do apego mórbido de usar o pior dado possível e apostar em recordes de óbitos. O Ministério da Saúde informa que no dia 5 passado houve 98 mortes, o maior número de sempre, mas o noticiário prefere difundir 204 óbitos. O objetivo é garantir audiência e cliques.
QUANTO PIOR, MELHOR
Não morreram 204 pessoas em um único dia. Esse número corresponde ao total de testes cujos resultados ficaram prontos em determinado dia.
VÃO MUDAR
Segundo o Ministério da Saúde, 18% dos óbitos confirmados precisam ter a fase de investigação concluída, incluindo a data da morte.
FILA DE CASOS
Sem os testes rápidos, paciente que morreu em Manaus no dia 10, por exemplo, demora dias até a confirmação de que foi vítima de Covid19.
REI MORTO? VIVA O REI
Bolsonaro se despediu do ex-ministro marqueteiro com estilo. Bolsonaro esperou começar a entrevista de Mandetta para apresentar o novo ministro, no Planalto. A coletiva do ex-ministro ficou às moscas.
COLETIVA VIROU FUMAÇA
A coletiva diária de Rodrigo Maia, sempre na hora do almoço porque a essa hora não há concorrência, só começou às 16h45, quando Mandetta já era. Mas também foi ofuscada pelo anúncio do novo ministro.
COMO UM INTRUSO
Mandetta saiu mal do cargo, convocando entrevista coletiva para um ministério no qual já não tinha o que fazer. Usou instalações públicas para evento particular. Deveria ter usado a sede do DEM, seu partido.
ESCOLHA ELOGIADA
Referência em oncologia no Brasil e no mundo, Paulo Hoff era um dos muitos cidadãos preocupados com a troca de ministro da Saúde a esta altura. Mas elogiou a escolha do colega Nelson Teich.
ACEITA OU CAI FORA
Ao negar indicação para o Ministério da Saúde, Silvio Santos disse o que pensa de Mandetta: “Nunca acreditei que um empregado ficasse contra o dono. Ou ele aceita a opinião do chefe ou então arranja outro emprego”.
PRIMEIRA MÃO
A indicação do médico Nelson Teich para o Ministério da Saúde foi noticiada primeiro pela TV BandNews, no fim da tarde de quarta (15). Tão logo o oncologista foi convidado para dar um pulinho em Brasília.
ALFINETANDO O ‘MITO’
Para a alegria dos opositores de Bolsonaro, Mandetta ousou nos ataques ao próprio chefe. Chegou a citar o Mito da Caverna de Platão, onde quem enxerga apenas sombras acha que está vendo a realidade.
OUVINDO OS BOTÕES?
A assessoria de Mandetta informou ontem, pelas 15h30, que ele chegava ao Planalto para “ouvir o seu pedido de demissão”, segundo a CNN. Faltou pouco para dizer que o ex-ministro foi lá demitir Bolsonaro.
PENSANDO BEM…
… com Mandetta procurando emprego, Tedros Adhanom (OMS) que se cuide.