A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo para investigar o uso indevido de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por cinco ministros e dois ex-ministros. Eles serão investigados por levarem parentes, amigos e empresários em voos oficiais.
Serão investigados os ministros Helder Barbalho (Integração Nacional), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), Sarney Filho (Meio Ambiente), Dyogo Oliveira (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão), Maurício Quintela (Transportes, Portos e Aviação Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo, que vai deixar o cargo na quinta-feira, 14), além do ex-ministro Bruno Araújo (Cidades).
“A comissão entendeu que é imperativo requerer esclarecimentos a essas autoridades. Que haja a devida justificativa, se houver, do uso dessas aeronaves e a presença dessas pessoas estranhas aos órgãos públicos nas viagens”, disse o presidente da CEP, Mauro Menezes. O processo foi aberto com base em reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
Sarney Filho usou a aeronave da FAB para um encontro sobre sustentabilidade no Pantanal (MS) e levou junto o filho de 11 anos. Bruno Araújo levou a mulher, Maria Carolina, em ao menos seis viagens oficiais, inclusive uma para Campina Grande (PB), onde ocorria a abertura da tradicional Festa de São João. Segundo o jornal, Maria Carolina fez ao menos mais cinco viagens em aeronaves oficiais, das quais três passando por Pernambuco, onde mora, sempre em fins de semana ou datas coladas a sábado ou domingo. Em duas ocasiões, a filha do casal estava junto.
Barbalho também levou a mulher, Daniela, para uma festa de São João, o tradicional Arraial dos Caetés, em Bragança, em junho. Também estavam no voo o pai do ministro, o senador Jader Barbalho, e a mãe, a deputada Elcione Barbalho, ambos do PMDB.