O juiz Sergio Moro recebeu cinco pedidos de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposto envolvimento no esquema de propinas e caixa 2 citado nas delações da Odebrecht. As petições foram encaminhadas na última quinta-feira pelo relator dos processos da Operação Lava-Jato, o ministro Edson Fachin.
O Ministério Público Federal (MPF) tem prazo de até 15 dias para se manifestar sobre a possível abertura dos inquéritos contra o petista. As petições podem ser agrupadas. Ou seja, nem todas elas darão origem a um inquérito individual.
Já estão sob a avaliação da força-tarefa da Lava-Jato do Paraná casos como o suposto tráfico de influência do petista nas relações com Angola, que teriam beneficiado o Grupo Odebrecht; os pagamentos ao ex-presidente por palestras; edição de uma MP para mudar regras dos acordos de leniência; benefícios a familiares, além de denúncias em relação ao sítio de Atibaia e ao terreno que a empresa teria comprado para o Instituto Lula.
Os investigadores avaliam que, além da possibilidade de abertura de novos procedimentos, as delações da Odebrecht podem ajudar no andamento de ações penais em curso contra o petista em Curitiba, onde o ex-presidente já é réu em dois processos. Entre esses casos, está a ação que Lula responde sob a acusação de ter recebido benefícios da Odebrecht, como a cobertura vizinha à de sua propriedade, em São Bernardo do Campo, e o prédio para o Instituto Lula. De acordo com a Lava-Jato, os imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos firmados pela empreiteira com a Petrobras.