Da Agência Lusa
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje (21), em Davos, na Suíça, que o ex-espião da KGB Alexander Litvinenko foi assassinado numa “ação autorizada pelo Estado”. Cameron se manifestou sobre o assunto após a divulgação de um inquérito britânico sobre a morte do ex-agente russo.
“O que ocorreu foi absolutamente chocante e este relatório confirma aquilo em que sempre acreditamos, aquilo em que o último governo trabalhista acreditava sobre o terrível assassinato, que foi uma ação autorizada pelo Estado”, afirmou Cameron em declarações às televisões britânicas durante o Fórum Económico Mundial de Davos.
“É por isso que o governo anterior decidiu expulsar diplomatas russos, emitir mandatos de captura e rejeitou cooperar com os serviços de informações russos, medidas que ainda se mantêm”, acrescentou o chefe do governo britânico.
Cameron disse ainda que o atual governo britânico decidiu reforçar as medidas, principalmente através do congelamento de bens, e solicitar às autoridades judiciárias uma avaliação das possíveis repercussões do inquérito.
As conclusões de um inquérito oficial à morte de Alexandre Litvinenko, hoje divulgadas por um juiz britânico, informam que o presidente russo, Vladimir Putin, “provavelmente aprovou” o assassinato em Londres do ex-espião da KGB, executado por dois agentes russos.
Alexandre Litvinenko, de 43 anos, morreu envenenado por polônio no fim de novembro de 2006, três semanas após um encontro no Millennium Hotel, no centro de Londres, com dois ex-agentes russos, Andrei Lugovoi – atualmente deputado de um partido nacionalista – e Dmitri Kovtun, empresário.
“A operação do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa – FSB (ex-KGB) foi provavelmente aprovada por Patruchov (Nikolai Patruchov, ex-chefe do FSB) e também pelo presidente Putin”, disse o juiz Robert Owen.