Reunidos nesta terça-feira (15), no Wet’n Wild, na Avenida Paralela, policiais e bombeiros militares da Bahia decretaram greve por tempo indeterminado, com início imediato. Cerca de 10 mil policiais participaram da assembleia que decidiu pela paralisação. Eles não aceitaram as propostas do governo do Estado, consideradas um “retrocesso” pela classe.
“O governador fez uma verdadeira barbeiragem. Não acreditou mais uma vez e só queria negociar quando a tropa já tinha decidido. Estamos com toda boa vontade negociando, mas o governador parece que não entende o que está acontecendo, parece que ele está vivendo no mundo da lua”, disse o deputado estadual Capitão Tadeu. “A situação é crítica e ele acerta uma coisa e faz outra, ele e a equipe dele”, declarou.
A categoria quer melhoria salarial, plano de carreira, acesso único ao quadro de oficiais, aposentadoria com 25 anos de serviço para policiais femininas, aumento do efetivo, além de elevação de toda a tropa para o nível superior entre 2014 e 2018, entre outras reivindicações.
“Foi com surpresa que recebemos a decisão da assembleia. Houve diálogo, sim. Nunca houve quebra de diálogo. Acredito que a os grevistas vão manter os 30% da tropa nas ruas para garantir a segurança da população.”, afirmou o coronel Alfredo Castro, comandante geral da Polícia Militar.
O coronel Edmilson Tavares, presidente do grupo Força Invicta da PM, disse agora à noite que as propostas do Plano de Modernização apresentadas pelo governador Jaques Wagner não condizem com aquelas elaboradas pelas entidades militares ao longo de nove meses e entregues em 5 de dezembro ao governo.
“Não foram estas propostas que construímos para a tropa e o governador sabe disso. Houve modificações das propostas apresentadas, sobretudo as dos oficiais”, sustentou o coronel Tavares.
Segundo o presidente da Força Invicta, após uma análise detalhada de cada uma das propostas, as associações concluíram que as mesmas acarretam um retrocesso histórico na instituição PM-BA e que ainda apresentam resquícios da ditadura, suprimindo direitos já segurados por lutas anteriores e até mesmo de forma equivocada, muitas delas que por exemplo estão no novo Código de Ética, enquadra como crimes militares o exercício de alguns princípios constitucionais garantidos aos cidadão, mas que estão sendo negados aos policiais militares.