LENISE FERREIRA (*)
Absurdo como o Governo da Bahia causa o estrago que está causando no bolso de uma população sofrida, pobre e tão carente dos serviços do Estado. Um impacto de 24% de reajuste em uma tarifa de transporte, convenhamos, é monstruoso e inacreditável.
A Agerba, a agência do governo, concede aumento da tarifa de R$ 0,30 em 2013 em cima do transporte das lanchas. Em seguida, R$ 0,25 a título de TPP – Taxa de Poder de Polícia (fica para ela, para a Agerba) e agora, R$ 1,00 a título de TUTE – Taxa de Utilização do Terminal, que vai toda para a Socicam, gestora do Terminal Náutico da Bahia.
O preço da passagem para o povo que utiliza a travessia de Mar Grande foi turbinado pelo órgão do Governo do Estado. Pulou de R$ 4,20 para R$ 5,20, de segunda a sábado, e para R$ 5,60 nos domingos e feriados.
Tudo num piscar de olhos e sem qualquer aviso à população. É bom lembrar que a travessia de Mar Grande é utilizada por estudantes, trabalhadores, etc.
A tarifa das lanchas que fazem a travessia Salvador-Mar Grande já era composta anteriormente por uma taxa para atracação e mais uma taxa de R$ 0,30 por passageiro embarcado.
A Socicam, a concessionária do terminal, continua recebendo todas essas taxas que por si só já seriam suficientes para que ela pudesse dar início às reformas que se fazem necessárias nos terminais. No entanto, nem uma fechadura foi comprada para as portas dos sanitários fétidos do Terminal Náutico da Bahia, no Comércio, como mostrou ontem reportagem da TV Bahia.
Mais uma vez a Agerba “concede” a exploração de mais um patrimônio público à sanha de uma concessionária faminta.
É a mesma Agerba que entregou o Terminal Rodoviário de Itaparica para uma tal Fundação São Vicente (laranja da TWB), que cobrava taxas de utilização (Tutes) tanto no terminal marítimo de Bom Despacho quanto no rodoviário.
Por pressão popular, foi obrigada a agência de regulação a “tomar” o terminal rodoviário das mãos ágeis dos antigos concessionários do sistema ferryboat, entregando-o em caráter emergencial, que já dura mais dois anos, sem qualquer licitação e que vem se degradando a olhos vistos.
Ou se acaba com a Agerba ou a Agerba acaba com o povo da Ilha de Itaparica. Prestem atenção: eu disse o povo!
A Ilha de Itaparica, não. Esta servirá para futuros investimentos financeiros, para exploração do mercado imobiliário. Desvalorizar nossos patrimônios com vistas a investimentos futuros. Esta é a meta.
Não vejo outra explicação para tantos crimes cometidos contra o povo da Ilha de Itaparica! Apesar dos 13KM que nos separam da capital, a Ilha não tem infraestrutura adequada em estrada, terminais marítimos e rodoviários, falta transporte público municipal e intermunicipal eficiente.
Nossos estudantes não têm direito à meia passagem, não temos um hospital equipado, dígno. Os pacientes infartados amargam aguardando na fila da Central de Regulação, a quem cabe decidir quem vive ou quem morre
Vítimas de AVC, portadores de doenças crônicas, todos amargam o sofrimento de depender das travessias marítimas por não dispor de condições de tratamento na Ilha de Itaparica.
A segurança pública e nossa terra deixa a desejar. A educação é burra em relação aos professores sem privilégios, sem salários justos e com salas cheias de alunos desmotivados.
Êta Bahia porreta!!! Dizem que é a terra de TODOS NÓS ou que é de TODOS OS SANTOS. A BAHIA deveria ser de um único dono: SEU POVO !!! E como o dono que paga a conta, ter o RESPEITO MERECIDO.
(*) Lenise Ferreira é presidente da Associação Comercial de Vera Cruz (Ilha de Itaparica)