Salvador – Mais um dia de cão para os usuários do sistema ferryboat, nesta terça-feira (21). A fila de veículos para embarque no Terminal de Bom Despacho chegou a quase 4 quilômetros, com tempo de espera para embarque de mais de 6 horas. A empresária Lenise Ferreira, presidente da Associação Comercial de Vera Cruz (Ilha de Itaparica), testemunhou a enorme fila e revelou que a Internacional Marítima, operadora do sistema, manteve os veículos do lado de fora do pátio de embarque, em Bom Despacho,
temendo protestos e até quebra-quebra, já que não tem embarcações suficientes para atender à demanda. Com isso, veículos passaram a ocupar o acostamento e o leito da pista principal da BA-001, colocando em risco a vida de motoristas e pedestres.
Em contato com o JORNAL DA MÍDIA, Lenise Ferreira disse que fez a travessia de Salvador para Bom Despacho, hoje, como pedestre. Embarcou no ferry Anna Nery que levou uma hora e 10 minutos para fazer a travessia. Só três navios estavam em tráfego – o ferryboat Pinheiro, que ficou à deriva ontem na Baía de Todos os Santos, assunto divulgado nacionalmente pelas redes de TVs, segue fora de tráfego e aguardando inspeção da Capitania dos Portos, que vai investigar o caso.
“Dia 3 de janeiro recebi torpedo de um tripulante me recomendando para evitar viajar no Pinheiro pois, segundo ele, é uma bomba-relógio. Falei com Carlos Henrique da (diretor da Internacional Marítima) e obviamente, nada foi feito. A matéria do JORNAL DA MÍDIA mostrando o acidente com o navio, ontem é a prova maior do descaso”, observou.
Em poster que publicou no JM, a presidente da Associação Comercial de Vera Cruz não poupou críticas ao Governo do Estado pela situação caótica em que se encontra o Sistema Ferryboat.
“Está na hora do governador Wagner deixar de lado a politicagem e o amadorismo e colocar profissionais competentes, técnicos à frente da Seinfra e da Agerba. Não há motivo para continuar impondo tanto sofrimento para os usuários deste importante meio de transporte”, frisou.
A empresária também comentou sobre a falta de interesse de deputados da Assembleia Legislativa em investigar a situação do ferry, que está em contrato emergencial com a Internacional Marítima, que a Seinfra e a Agerba foram buscar no Maranhão como ”solução” para o sistema.
“Os deputados são permissivos, omissos e tão responsáveis quanto qualquer diretorzinho destes cabides de emprego existentes (na Seinfra e Agerba) . A omissão é criminosa”, acrescentou.