O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro denunciou mais 15 policiais por envolvimento na tortura e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Com isto, agora são 25 os denunciados. Quatro militares foram identificados pelo MP como executores da sessão de tortura: o tenente Luiz Felipe de Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital.
Dos 25 denunciados, 12 são acusados de fazer uma vigia para garantir a ação dentro do contêiner da UPP. Outros oito PMs são acusados de omissão. Eles também vão responder por tortura seguida de morte. O major Edson Santos é apontado como mandante de toda a operação. O oficial responderá também por fraude processual e ocultação de cadáver.
O MP entendeu também que quatro pessoas não participaram e não puderam evitar o crime: três recrutas e um policial militar, que já testemunhou no caso. Ele teria pedido para que a tortura parasse, mas foi coagido por colegas.
Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos, logo após o crime, o tentente Medeiros jogou óleo no local para apagar as evidências, como manchas de sangue. Ainda de acordo com a promotora, os PMs forjaram uma ligação do traficante Catatau para o policial que estava infiltrado na operação Paz Armada. Sabendo que o telefone do policial estava sob interceptação, eles tentaram incriminar Catatau como sendo o autor do crime. A perícia de voz, no entanto, revelou que a voz pertencia a um soldado da UPP.
Os promotores do Grupo de Atenção Especial ao Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vão pedir a prisão preventiva de mais três policiais: o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Lourival Moreira e Vagner Soares do Nascimento. Os três faziam parte do mesmo grupo tático de policiamento. (Elenilce Bottari, O Globo)