Leandra Felipe
Correspondente Agência Brasil/EBC
Bogotá – A Bolívia quer fechar a fronteira com o Peru para evitar a fuga dos envolvidos em um ataque ao município de Apolo no sábado (19). Pelo menos quatro pessoas morreram, três militares e um civil, e 15 ficaram feridas. As vítimas foram alvo da emboscada de um grupo de produtores de coca na região e há suspeita da participação de peruanos. O anúncio foi feito hoje (22) pelo ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero.
Dos feridos, 14 foram atingidos por tiros. Morreram no atentado o subtenente do Exército boliviano Oscar Gironda, o policial Jhonny Quispe e o suboficial da Marinha Wily Yucra. De acordo com o governo, durante o ataque, camponeses e estrangeiros ligados ao tráfico de drogas dispararam contra os membros da Força-Tarefa Conjunta boliviana e tomaram seis reféns, que posteriormente foram resgatados.
O ministro qualificou o ataque de “massacre”. “O incidente criminoso, sangrento e violento foi provocado por pessoas vinculadas ao narcotráfico”, ressaltou o ministro durante coletiva de imprensa ontem (21). Ele também informou que o governo enviou um pedido à Embaixada do Peru, em La Paz, capital boliviana, pedindo o fechamento da fronteira comum.
Segundo o governo, no sábado, produtores de coca vinculado ao narcotráfico armaram uma emboscada e atiraram contra membros da força-tarefa boliviana, quando eles iniciavam o trabalho de arrancar plantações ilegais na comunidade de Miraflores.
Devido ao incidente, o ministro boliviano disse que o lugar do conflito será isolado e haverá um sobrevoo pela região. “Presumimos que haja peruanos envolvidos com esse grupo de produtores de coca e é preciso evitar fugas”. No pedido enviado à Embaixada do Peru, a Bolívia solicita também que a polícia peruana atue nas rodovias e demais acessos da fronteira. Do lado boliviano, o governo informou ter montado uma operação com 300 militares.
A região de Apolo, capital da província de Franz Tamaco, na fronteira Norte com o Peru, é uma zona que tem autorização do governo boliviano para cultivos lícitos de coca. Mas o governo tem conhecimento que também há comunidades que mantêm plantações para uso ilícito, destinadas à produção de cocaína.
Ele acrescentou que essa é a primeira vez que o governo entra na comunidade para erradicar plantações de coca ilegal. “É uma decisão firme na luta contra o narcotráfico. Sem dúvida o que ocorreu são os custos dessa ação.”