REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O presidente do Vitória, Alexi Portela, tentou, no meio de semana, desfazer as informações que passaram a ser divulgadas com mais insistência pela imprensa, inclusive pelo JORNAL DA MÍDIA, de que existe um plano montado para tirar o Vitória do Barradão. Através de porta vozes espalhados na mídia esportiva, Portela assegurou que o clube não vai jogar nem 10, nem 15 e nem 20 vezes, ano que vem, na Fonte Nova.
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Na verdade, o dirigente apenas recuou diante da pressão, principalmente porque nem ele nem o seu candidato à sucessão no Vitória, Carlos Falcão, quer anunciar o que é que pretendem fazer depois que o patrimônio rubro-negro se tornar um equipamento totalmente inviável. Pelo que tem acontecido ultimamente, com o acesso ao estádio se tornando cada vez mais um transtorno e sem que a diretoria do clube se movimente para facilitar a vida do torcedor, fica clara a suspeita de que a estratégia é planejada. Não é por pouco, afinal, que a dupla Portela-Falcão bate sempre na mesma tecla: o torcedor não tem comparecido ao estádio e na Fonte Nova o clube ganha o dobro.
Mas qual seriá mesmo o plano montado pelos atuais dirigentes do Vitória? Esvaziar o Barradão para terem uma “justificativa” futura? O equipamento seria vendido a algum grupo da construção civil? A Via Expressa ligando a Paralela ao estádio – recursos já foram liberados pelo Ministério de Turismo, com o trabalho do conselheiro e também candidato da oposição Fábio Mota -, é pensando nisso, no favorecimento a prováveis incorporadores? Essas são perguntas que ficam no ar, que são muito debatidas nas redes sociais, mas que a Diretoria do Vitória nada divulga, oficialmente, sobre o assunto.
Diante de um Alexi Portela calado, o diretor Carlos Falcão não poupou elogios à Arena Fonte Nova na reunião do Conselho Deliberativo do clube, na última quinta-feira. Aliás, a reunião foi um fiasco – somente 150 presentes, de 300 conselheiros. O assunto principal do evento seria se discutir a questão do mando de campo na Fonte Nova. Falcão tinha preparado uma apresentação em Power Point para ”convencer os conselheiros”, que acabou sendo útil. A informação foi publicada inclusive na Tribuna da Bahia.
De repente, um conselheiro fez a pergunta tão esperada por Carlos Falcão: “Falcão, não seria melhor levar o Vitória para a Arena?”. O candidato de Alexi nem esperou que outros interessados falassem, inclusive o presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha. Tirou de sua pasta o que tinha preparado e disparou:
“Por falar nisso, vejam aqui os números: se os jogos contra Vasco, São Paulo e Fluminense pela Série A fossem na Fonte Nova, o clube teria arrecadado no mínimo o dobro de renda. Jogando no Barradão, nossa média de público de 10.153 e uma média de R$ 168.371,00 de renda. Na Arena, a média de público nos dois jogos, contando com o clássico Ba-Vi, é de 23.967 torcedores, e a renda média é de R$ 780.115,00”. E qual é a projeção para o futuro? Esses indicadores serão eternos? Que ótimo, Falcão é um mágico. Ressuscitou a cartomante Madame Beatriz.
Falcão, claro, não fez qualquer referência à média de público no Barradão, no ano passado, por exemplo, com o time na segunda divisão, que foi superior a 15 mil torcedores. O negócio dele é ir logo para a Fonte Nova. E é isso que vai fazer se realmente for eleito presidente do clube? O atual diretor financeiro do Vitória se transformou em um leãozinho com a causa que teria abraçado? . Com certeza, não está fazendo isso à toa. Deve contar com apoio de outros leões.
P.S.: – Após a reunião do Conselho do Vitória, Falcão sorteou 13 kits, com direito a passagem e hospedagem, para os conselheiros, que agora vão poder acompanhar o time nos jogos fora de Salvador, no Campeonato Brasileiro. O primeiro “sortudo” foi o conselheiro Roberto Watt.