Carolina Gonçalves
Agência Brasil
Brasília – O número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica diminuiu em 37% entre março e abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2012. As imagens de satélites usadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), mostraram que em março as áreas possivelmente devastadas chegaram a 28 quilômetros quadrados), enquanto, em abril, a derrubada de árvores foi registrada em 147 quilômetros quadrados.
No ano passado, a devastação atingiu mais de 290 quilômetros quadrados. Nos dois levantamentos a cobertura de nuvens impediu um monitoramento adequado já que cerca de 50% do território monitorado estava encoberto. As condições similares levaram técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a uma avaliação positiva dos números. “Estamos enxergando mais e, mesmo assim, as detecções estão menores do que em anos anteriores”, disse George Ferreira, coordenador-geral de Monitoramento Ambiental do órgão.
A resolução de imagens captadas pelo sensor Modis do satélite Terra/Aqua e do sensor WFI do satélite Cbers, de resolução espacial de 250 metros, usados para os levantamentos do Deter, ainda estão longe das expectativas de especialistas e agentes ambientais que combatem o desmatamento ilegal na região. Com estes instrumentos só é possível detectar desmatamentos com área maior que 25 hectares (unidade de medida equivalente a 100 metros quadrados). Somado ao problema da cobertura de nuvens, o resultado é que nem todos os desmatamentos são identificados pelo Deter e, em muitas áreas, o alerta pode significar uma degradação autorizada por algum órgão ambiental local.