Com a popularidade recorde, a presidente Dilma Rousseff inicia nos próximos dias a segunda metade do seu mandato com muito ainda por fazer. Os gargalos na infraestrutura e o baixo crescimento econômico foram alguns dos problemas de Dilma, apresentada ao país como a gerente do popular governo Lula. O combate à miséria e a manutenção das taxas de emprego são os pontos mais fortes.
Nas últimas semanas, o jornal O Globo fez um levantamento das 46 promessas mensuráveis contidas no texto “Os 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para debate na sociedade brasileira”. Cotejando dados oficiais e informações de integrantes do governo, conclui-se que pelo menos metade está longe de sair do papel. O texto com as promessas é assinado pelo PT e mais nove partidos da aliança. Foi apresentado no segundo turno da campanha presidencial de 2010 como o documento que consolidava diretrizes do governo.
A lista completa das 46 promessas e seu estado de execução está no site do GLOBO. Analisadas uma a uma, pode-se dizer que 24 caminham em ritmo lento e 22 estão em ritmo bom. Entre as dez promessas mais importantes, seja pela ênfase dedicada a elas durante a campanha eleitoral ou por seu impacto social, a maioria está longe de ser cumprida. A lista das que caminham bem é encabeçada pelas duas medidas que Dilma disse, em seu discurso da vitória, serem seu compromisso fundamental: erradicar a miséria e criar oportunidades de emprego para todos os brasileiros.
No início deste mês, durante o lançamento de um novo benefício do programa Brasil Carinhoso, a presidente anunciou que o número de miseráveis no país — aqueles que vivem com menos de R$ 70 por mês — teria chegado a 2,5 milhões de pessoas, segundo o cadastro do Bolsa Família. Em 2011, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), havia oito milhões de miseráveis no país. E o governo ampliou medidas de busca para encontrar os brasileiros que estão na miséria e não são alcançados pelas políticas públicas. A estimativa é que eles somem cerca de 700.000 pessoas.(Paulo Celso Pereira/O Globo)