Carolina Gonçalves
Agência Brasil
Brasília – O cenário de crise mundial e os baixos resultados do agronegócio brasileiro este ano ainda não comprometeram o otimismo do setor em relação ao ano que vem. Pelas estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgadas hoje (11), em Brasília, o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário deve crescer entre 3,5% e 4% em 2013.
A projeção, segundo técnicos do órgão, foi calculada a partir da expectativa do mercado interno e mundial. Os especialistas acreditam que, em 2013, os produtores rurais brasileiros vão colher até 180,1 milhões de toneladas. Segundo a CNA, o volume é suficiente para abastecer o mercado interno, que, pelas projeções da entidade, deve manter o patamar deste ano, e atender à expectativa de uma demanda mundial crescente.
“Apesar de toda a crise, ainda [estamos] otimistas em relação a toda a Ásia pelo movimento virtuoso, com crescimento da renda na China, principalmente”, destacou a presidenta da CNA, Kátia Abreu. A política do novo governo chinês tem ganho a atenção do mercado mundial pelas sinalizações de medidas para ampliar a classe média do país, atraindo 500 milhões de chineses para esse patamar econômico, e pela projeção de dobrar a renda per capita da população até 2020. “Eles pretendem priorizar os investimentos em consumo mais do que os investimento em infraestrutura. Todos sabem que, quando alguém melhora sua vida e sua renda, a tendência é se alimentar melhor. Estamos otimistas”, acrescentou.
Além dessa expectativa de aumento da demanda por alimentos, impulsionada pelos asiáticos, o ano marcado por significativas perdas agrícolas nas principais regiões produtoras do mundo, que sofreram, principalmente, com problemas climáticos, pode ser uma sinalização de bons resultados em 2013, pelo menos, para o agronegócio brasileiro.
Pelas contas da CNA, o Valor Bruto da Produção (VBP), que considera o faturamento obtido com a venda dos 25 principais produtos do setor, pode atingir a marca dos R$ 382,8 bilhões em 2013. A projeção foi calculada a partir das estimativas de supersafras de grãos e fibras, com destaque para a soja, milho e outras cadeias que estão retomando o crescimento e pelas mudanças nos preços das commodities impulsionados pelos prejuízos mundiais do setor.