REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – Esta sexta-feira (23) promete ser mais um dia de muitos problemas e tormento para os usuários do sistema ferryboat. Operando desde o último domingo com apenas duas embarcações, o sistema amanheceu hoje com aapenas um navio em tráfego – o ferry Maria Bethânia. A outra unidade, o Ivete Sangalo, foi retirado de tráfego por recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que passasse por uma dedetização.
Com apenas uma embarcação em tráfego, a previsão é de que as filas cresçam, tanto a de veículos como a de passageiros. Portanto, que for para a Ilha de Itaparica de carro, é melhor pegar a estrada. E quem estiver a pé, a melhor opção é atravessar pelas embarcações da travessia marítima do sistema Salvador-Mar Grande.
Anna Nery – No último domingo, por pouco não acontece uma tragédia no ferryboat Anna Nery. Uma pane elétrica atingiu a praça de máquina da embarcação e um motor começou a pegar fogo. O incêndio foi controlado, mas os passageiros entraram em pânico. O ferry tinha saído de Salvador com destino a Bom Despacho.
“Foi um milagre. Graças a Deus o navio não estava com o convés de veículo completamente cheio, o que possibilitou a abertura do compartimento do motor, a entrada de ar e evitou a explosão na praça”, disse um marítimo que trabalhava no Ana Nery no domingo.
Outros marítimos consultados pelo JORNAL DA MÍDIA disseram que se o acidente tivesse acontecido no ferry Ivete Sangalo, seria muito provável que ocorressem vítimas fatais. Explica-se: o Ivete Sangalo tem um sistema de propulsão alimentado por óleo e gás natural e o fogo na praça de máquina provocaria a explosão dos botjões.
O ferryboat Anna Nery é o mais novo da frota que opera na travessia Salvador-Bom Despacho. Ele foi incorporado em janeiro de 2011 e desde então se envolveu em uma série de acidentes na travessia. Leva mais tempo no estaleiro que operando.
Na construção do Anna Nery ocorreram vários erros de projeto, sendo um deles o do sistema de propulsão, já detectado por técnicos da área naval contratdos pela Agerba. Esse navio foi construído pela própria TWB em Santa Catarina, mas sem qualquer acompanhamento ou fiscalização da Agerba.
Há informação na área naval de que a embarcação não era nova e que a TWB teria feito uma reforma geral para trazê-la para a Bahia, vendendo-a como nova, como fez. O ferry foi vendido por R$ 36 milhões e só de contrapartida do Estado a TWB recebeu R$ 9,2 milhões.
Depois de inúmeras de inúmeras denúncias feitas pelo JORNAL DA MÍDIA de superfaturament no preço do Ana Nery e do Ivete Sangalo, uma auditoria da Fipecafi, contratada pela Agerba, contstatou que realmente a TWB estava vendendo ao Governo do Estado gato por lebre. Em sgeuida o Ministério Público confirmou o superfaturamento. O secretário Otto Alencar disse ontem em entrevista que o Estado vai levar o dono da TWB, Pinto dos Santos, à Justiça.
“O governo não vai abrir mão. Ele vai ter que responder e pagar pelo enorme prejuízo que causou”, sustentou Alencar.
A verdade é que o prejuízo, que deve passar dos R$ 20 milhões, será pago mesmo é pelo povo. O governo cometeu falhas amadoras na condução do processo da TWB na Bahia. A companhia paulista jamais foi fiscalizada pela Agerba, como reconhece hoje o próprio diretor-exeucutivo da agência, Eduardo Pessoa.
E o dono da TWB, Reinaldo Pinto dos Santos, que, segundo Otto Alencar devia ter saído da Bahia algemado, circulava com desenvoltura nos gabinetes de várias secretárias do governo Wagner, principalmente na Casa Civil de Dra. Eva Chiavon e na Seinfra do então secretário João Leão.