O ministro Carlos Ayres Britto finalizou nesta quinta-feira, 30, o julgamento do primeiro item analisado pela Corte, o item 3 da denúncia, que analisa as acusações de desvios de dinheiro da Câmara e do Banco do Brasil. Britto acompanhou o ministro relator Joaquim Barbosa e condenou os primeiros cinco réus do mensalão.
A Corte então analisa o item 5 da denúncia, que trata de gestão fraudulenta. Os ministros vão analisar agora a conduta dos réus Kátia Abreu, José Roberto Salgado e Henrique Samarane. Os ex-dirigentes do Banco Rural, que teriam emprestado dinheiro para o PT e para as agências de Marcos Valério. Para a Procuradoria, os empréstimos eram de fachada para disfarçar desvio de recursos públicos pelo esquema de compra de votos.
Com o voto de Ayres Britto foram condenados o deputado federal João Paulo Cunha (PT-DF); Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil; empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus dois ex-sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.
Votos. João Paulo Cunha, também candidato à Prefeitura de Osasco (SP), foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e peculato. Oito ministros o condenaram pelo crime de corrupção passiva por ter recebido, quando presidia a Câmara, R$ 50 mil do “operador” do mensalão, Marcos Valério.
O empresário, seus sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foram condenados pelos dez ministros que já votaram. Os três primeiros, por corrupção ativa e peculato e Pizzolato, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
A partir dessa quinta, o julgamento prossegue com dez ministros, já que Cezar Peluso preferiu seu último voto nesta quarta, antes da sua aposentadoria. (Estadão)