Desde 2004, as empresas de Duda Mendonça receberam 195,2 milhões de reais do governo federal, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. Em 2012, revela a Veja Online, a agência de publicidade Duda Mendonça & Associados Propaganda (DM&AP) recebeu 90,5 mil reais da União, como pagamento por prestação de serviços publicitários de utilidade pública ao Ministério da Saúde. Contudo, a cifra deste ano representa apenas 0,05% do montante que a empresa recebeu do governo nos últimos nove anos.
Em 2004, um ano após ser contratada para prestar serviços ao governo federal, a empresa recebeu 63,5 milhões de reais por trabalho realizado junto à Presidência da República. Em abril do ano seguinte, mediante processo licitatório, foi firmado o contrato com a Saúde para elaboração de material publicitário – prorrogado até abril de 2009 –, responsável pela maioria dos repasses à DM&AP.
Embora o grosso dos pagamentos à agência no período seja referente à serviços publicitários para Saúde, os repasses da presidência foram mais significativos: em 2005, último ano em que a Presidência despendeu valores à DM&AP, foram pagos cerca de 30 milhões de reais pela Pasta e 9,4 milhões de reais pela Saúde – totalizando quase 39,5 milhões de reais em 12 meses.
Nem mesmo a eclosão do escândalo do mensalão, em 2005, impediu que os contratos com o publicitário seguisse. Em 2006, foram 10,7 milhões de reais e, no ano seguinte, 9,6 milhões de reais. Em 2008, observou-se o crescimento no valor dos repasses, quando cerca de 12 milhões de reais chegaram aos cofres da empresa.
Em 2009 e 2010, as cifras atingiram novamente o ápice de 26 milhões de reais e 30 milhões de reais , respectivamente. Em 2011, a empresa recebeu 3,9 milhões de reais por serviços de publicidade realizados para o governo.
Mendonça assumiu ter recebido mais de 12 milhões de reais do valerioduto como pagamento pelo serviço que prestou à campanha que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002. Desse total, cerca de 10,8 milhões foram pagos por meio de uma conta nas Bahamas.
Acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Duda alega que não tinha alternativa senão receber os recursos da forma apresentada pelo PT. Ainda assim, a defesa diz que não houve evasão de divisas porque os valores recebidos já estavam no exterior e alega que os valores são fruto de um serviço efetivamente prestado.