AGÊNCIA ANSA
Montevidéu – O chanceler uruguaio, Luis Almagro, admitiu hoje que o governo do presidente José Mujica discordava da entrada da Venezuela no Mercosul, aprovada na última sexta-feira, na cúpula realizada em Mendoza, sob as circunstâncias atuais.
Almagro afirmou à imprensa local que durante as negociações da quinta-feira, que se deu entre os chanceleres das nações que compõem o bloco, o país se posicionou contra o ingresso da Venezuela no Mercosul, diante da ausência do Paraguai, que está suspenso até a realização das próximas eleições, previstas para abril de 2013.
O chanceler destacou que “tudo começou com um pedido da presidente do Brasil, Dilma Rousseff” e que da reunião entre os presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai “saiu este acordo”.
“A iniciativa foi bem mais brasileira, o posicionamento do Brasil foi decisivo nessa história”, sublinhou o ministro das Relações Exteriores, em declarações à rádio El Espectador.
Ele também apontou que sustenta “as mesmas objeções sobre a legalidade do processo” que mantém a oposição, mas que agora enviará o acordo “aos serviços jurídicos do Ministério para que realizem a correspondente análise e que façam o estudo sobre a legalidade desta medida”.
Almagro afirmou, além disso, que “a última palavra não está dita neste tema”. “Nós temos que atuar no marco do mais pleno direito”, observou, fazendo referência ao fato de Assunção não ter sido expulsa do bloco, mas sim estar suspensa.
A negativa do Congresso do Paraguai era o obstáculo que impedia a entrada de Caracas como membro-pleno do bloco.