REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
São cada vez mais frequentes as informações que circulam nos meios políticos de que a concessionária paulista TWB estaria com seus dias contados na Bahia. O governo Wagner teria perdido de vez a paciência, já que por conta da TWB apanha constantemente da opinião pública.
Acusada de sucatear os navios do sistema ferryboat, pertecentes ao patrimônio público, e de prestar um serviço de qualidade ordinária aos baianos, a empresa das três letrinhas passou recentemente por uma auditoria da consultoria Fipecafi, de São Paulo, contratada pela Agerba.
Na última quarta-feira, em seu programa na TV Itapoan, o apresentador Raimundo Varela falou sobre uma confidência que, conforme garantiu, lhe foi feita pelo governador Jaques Wagner.
“O governador me garantiu que a TWB só fica até junho”, afirmou Varela, no meio de um comentário sobre a situação caótica do sistema ferryboat, que no feriadão operou com apenas três – às vezes dois – ferries. A situação só não foi pior porque a TWB, em propaganda paga, implorou aos usuários para que em vez do ferryboat optassem pela estrada.
Um vexame. Não se tem notícia em toda a história de mais de 40 anos do sistema ferryboat que alguém tenha pedido aos usuários para pegar a estrada porque era melhor, mais rápido, mais confiável. É que a TWB tirou de vez três navios de tráfego na véspera do feriado para manutenção. Podia ter feito depois do feriado. Seria mais lógico.
Mas, em se tratando de TWB, qualquer absurdo é possível. Não foi por outra coisa, senão pela péssima qualidade de seus serviços, que ela foi expulsa da travessia marítima Santos-Guarujá, em São Paulo. Para azar dos baianos, veio acabar aqui. O olhem que a TWB é paulista…
Para reforçar o que Varela afirmou em seu programa, vale lembrar que o governo já saiu atrás de uma empresa para substituir a TWB. Segundo o secretário Otto Alencar, a procura chegou a ser feita até na Espanha. E agora tem muito mais motivo e respaldo para intervir no sistema, pois conta com um relatório da auditoria Fipecafi, já entregue ao Ministério Público da Bahia, com um diagnóstico completo sobre a situação vexatória do ferryboat.
A TWB deixou de cumprir a maioria das cláusulas do contrato de concessão de 25 anos que assinou com o Estado, em março de 2006. As irregularidades praticadas são em todas as áreas: operacional, gestão, qualidade de serviço precaríssima e falta de compromisso com a Bahia.
Portanto, é esperar agora para ver o que acontece: se o governo realmente vai resolver o problema do ferryboat, tirando a TWB da Bahia, ou vai continuar tendo sua imagem diariamente sacrificada por conta de uma companhia que parece não transportar vidas humanas. O ônus é todo do governo Wagner.