REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
Salvador – Início de manhã de terça-feira (15) de muita confusão no sistema ferryboat, que é explorado pela concessionária paulista TWB. O ferry “Ivete Sangalo” já tinha feito o embarque de passageiros e veículos para o horário das 7h, mas na hora de zarpar do Terminal de São Joaquim apresentou problemas nos motores.
Como não conseguiu sair, os passageiros tiveram que ser desembarcados para esperar o próximo navio, que saiu às 8h, o “Rio Paraguaçu”, que já estava com lotação completa e teve que partir com superlotação.
Já os veículos embarcados tiveram que deixar o “Ivete Sangalo” na marcha ré, com os usuários reclamando muito e como sempre gritando palavrões contra a TWB. Coisa normal e rotineira. Alguns aproveitaram para gritar e lembrar o nome do governador Wagner em protesto pelo que consideram a ”esculhambação” do ferryboat. Os usuários do ferry tem homenageado muito Wagner ultimamente.
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A falta de manutenção nas embarcações no sistema ferryboat é a principal marca da TWB, desde que a empresa paulista perdeu a concessão da travessia Santos-Guarujá, em São Paulo e, para azar dos baianos, veio acabar aqui.
O mais estranho é que o ferry “Ivete Sangalo” teria acabado de chegar da Base Naval de Aratu, onde estava docado até a semana passada, segundo garantiu a TWB, com o respaldo da Agerba, a agência do governo da Bahia encarregada de regular e fiscalizar o sistema ferryboat.
Audiência Pública – Na próxima sexta-feira (18), será discutida a situação da TWB na Bahia em audiência pública anunciada pela Agerba, em sua sede, no CAB. Na oportunidade, a agência diz que vai discutir com os segmentos envolvidos com o sistema ferryboat todas as irregularidades praticadas pela TWB e apontadas em auditoria realizada pela consultoria Fipecafi, de São Paulo.
Completamente perdido em relação ao sistema ferryboat, o Governo Wagner vai adotando medidas paliativas para tentar passar para a opinião pública que está fazendo alguma coisa. Uma hora o secretário Otto Alencar (Infraestrutura) aparece para dizer que está recuperando os ferries (ele fala como se a TWB fosse do governo), outra hora diz que está procurando uma empresa para tirar a TWB da Bahia e mais adiante já diz que a situação vai melhorar. E nada.
E os acidentes acontecendo em ritmo cada vez mais frequente.
Sem autonomia para regular e muito menos para fiscalizar a TWB, a agência de regulação Agerba fica perdida no meio da situação. A única coisa que diz é que está multando a TWB, como se isso fosse o X do problema. A velha história de sempre, que o usuário habitual não aguenta mais ouvir: multa e a TWB não paga. E a Agerba vai ficando desmoralizada em suas ”ações”. A TWB pratica irregularidades em cima de irregularidades em todas as áreas – operacional, manutenção e gerencial – e nada acontece.
Resumo da ópera: descrente, a população não acredita mais em nada que venha do governo quando o assunto é o ferryboat. Aliás, acredita, sim: que alguém – ou alguns- tem rabo preso com a TWB. E o rabo deve ser grande…