Os grupos alimentação e bebidas foram os que mais puxaram a prévia da inflação – Foto: Agência IBGE.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,36% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em dezembro, abaixo tanto do registrado no mês anterior (tinha sido 0,60% em novembro), quanto do índice do mesmo mês do ano passado (1,13%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de novembro e 13 de dezembro.
A prévia de inflação de dezembro na RMS foi a menor para o mês em quatro anos, desde 2018, quando havia ficado em -0,15%, e a mais baixa entre os 11 locais investigados para composição do índice. No Brasil como um todo, o IPCA-15 foi de 0,52% em dezembro, com os valores mais altos registrados em Goiânia/GO (0,89%), Brasília/DF (0,80%) e na Região Metropolitana de Curitiba/PR (0,67%).
Com o resultado do mês, o IPCA-15 da Região Metropolitana de Salvador fechou o ano de 2022 em 6,83%. Ficou acima do indicador nacional (5,90%) e foi a segunda prévia de inflação anual mais elevada dentre as áreas investigadas, abaixo apenas do registrado na RM Rio de Janeiro/RJ (6,92%).
O IPCA-15 da RMS fechou 2022 abaixo de 2021 (quando havia sido de 10,67%), mas, depois dele, foi a maior prévia da inflação do ano, na RMS, desde 2016, quando havia acumulado alta de 6,97%.
Alimentos e vestuário lideram aumentos
O IPCA-15 de dezembro na Região Metropolitana de Salvador (0,36%) foi resultado de aumentos nos preços médios de seis dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Os grupos alimentação e bebidas (1,26%) e vestuário (1,11%) tiveram as maiores altas e foram, respectivamente, os que mais puxaram a prévia da inflação do mês para cima, na RMS.
Os alimentos (1,26%) mostraram uma forte aceleração dos preços frente aos meses anteriores (aumentaram mais). Foram puxados por produtos consumidos no próprio domicílio, como a cebola (26,37%, o maior aumento entre todos os produtos e serviços pesquisados), as carnes em geral (2,03%) e o tomate (16,48%, segunda maior alta entre todos os itens). Mas a alimentação fora de casa também deu contribuição relevante para o aumento da prévia da inflação no mês, puxada pelas refeições fora, almoço ou jantar (1,14%).
Já o vestuário (1,11%) aumentou um pouco menos do que em novembro (1,53%), mas se manteve como uma das principais pressões inflacionárias do ano, puxado pelas roupas (1,37%), tanto femininas (1,84%) quanto masculinas (1,65%).
Por outro lado, os preços do grupo transportes voltaram a cair (-0,69%) na prévia da inflação de dezembro, na RM Salvador, e foram os principais responsáveis pela desaceleração do IPCA-15 frente a novembro. O recuo da gasolina (-3,50%) foi quem mais segurou o índice, seguido, no grupo transportes, pelo óleo diesel (-7,96%), pelas passagens aéreas (-1,45%) e pelo etanol (-2,23%).
Os grupos comunicação (-0,50%) e educação (-0,01%) também mostraram, em média, variações negativas dos preços, segundo o IPCA-15 de dezembro, na RMS. Em 2022, alimentação (12,78%), saúde (10,23%) e vestuário (23,51%) foram as despesas que mais aumentaram o custo de vida, na RMS, segundo o IPCA-15
O ano de 2022
Os alimentos aumentaram, em média, 12,78%, acima do resultado de 2021 (10,09%), tiveram a segunda maior inflação entre os grupos e se mantiveram como a principal pressão de alta no custo de vida, na Região Metropolitana de Salvador.
Mais uma vez, o peso do aumento dos produtos consumidos em casa (13,87%) foi maior do que o da alimentação fora (9,49%). Na alimentação no próprio domicílio, leites e derivados (23,83%) e panificados (24,03%) exerceram os maiores impactos inflacionários em 2022. Mas, de uma forma geral, no grupo, as refeições fora de casa, almoço ou jantar (8,03%) deram a principal contribuição individual para a alta da prévia da inflação no ano.
Já os preços do grupo vestuário (23,51%) foram os que mais aumentaram em 2022, na RMS, com uma alta recorde nos 22 anos da série histórica dos índices regionais do IPCA-15 (maior aumento num ano desde 2000). As roupas (25,68%), sobretudo as femininas (29,63%) tiveram as principais influências no resultado.
Com os terceiros maiores aumento e impacto no IPCA-15 de 2022, na RM Salvador, o grupo saúde e cuidados pessoais (10,23%) foi puxado por produtos de higiene pessoal (17,23%), como o perfume (23,05%, segundo principal impacto inflacionário individual no ano), e pelos planos de saúde (6,76%).
Mas o item que, individualmente, mais puxou a prévia da inflação da RMS para cima neste ano foi o gás de botijão, que aumentou, em média, 21,66%, mas tem um peso significativo nas despesas das famílias.
Transportes (-1,31%) e comunicação (-3,66%) foram os dois grupos que tiveram deflação, no acumulado em 2022. O primeiro, por conta do peso que tem no custo de vida das famílias, foi o principal responsável pela desaceleração do IPCA-15 em 2022, na comparação com 2021. Foi puxado pelos combustíveis (-20,70%), com força maior da gasolina (-22,23%) e do etanol (-32,30%), que tiveram, respectivamente, a segunda maior e a maior deflações, na RM Salvador, neste ano.
No grupo comunicação as principais influências no sentido de segurar a prévia da inflação de 2022 vieram dos serviços de acesso à Internet (-15,04%) e dos aparelhos telefônicos (-10,25%).
A energia elétrica também teve uma queda importante de preços em 2022 (-13,87%), que contribui significativamente para evitar um maior aumento do custo de vida na RM Salvador, em 2022, segundo o IPCA-15.
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