Os alimentos (-0,09%) tiveram sua primeira variação negativa de preços em mais de dois anos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,05% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) no mês de outubro. O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de setembro de 13 de outubro. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
Foi a primeira alta do índice, depois de duas deflações seguidas (-0,82% em agosto e -0,17% em setembro). Ainda assim, foi a menor prévia da inflação para um mês de outubro, na RMS, em nove anos, desde 2013, quando havia sido registrada variação negativa (-0,08%).
O IPCA-15 de outubro da RMS também foi menor do que o verificado no país como um todo (0,16%) e o 3º mais baixo, dentre as 11 áreas pesquisadas separadamente para calcular a prévia da inflação.
O índice recuou em dois desses 11 locais investigados, as regiões metropolitanas de Curitiba/PR (-0,24%) e Belo Horizonte/MG (-0,04%). No outro extremo, Brasília/DF (0,56%), Goiânia/GO (0,56%) e a RM Recife/PE (0,36%) tiveram os maiores aumentos médios de preços.
Com o resultado do mês, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 5,81% no ano de 2022. Continua acima do acumulado nacional (4,80%) e se mantém a segunda maior prévia da inflação do país, abaixo apenas da registrada na RM Rio de Janeiro/RJ (6,04%).
Já no acumulado nos 12 meses encerrados em outubro, o IPCA-15 da RM Salvador segue como o mais alto do país (8,58%), embora continue desacelerando (aumentado menos) frente ao mês anterior (havia ficado em 9,72% em setembro). Em outubro, o indicador acumulado em 12 meses continuou abaixo dos dois dígitos em todos os 11 locais pesquisados e foi de 6,85% no país como um todo.
Alta em 5 de 9 grupos
A variação positiva registrada no IPCA-15 de outubro, na Região Metropolitana de Salvador (0,05%), foi resultado de altas em cinco dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice, puxadas por saúde e cuidados pessoais (0,98%) e vestuário (1,69%).
Os preços do grupo saúde aumentam seguidamente há oito meses, desde março. Em outubro, sofreram influências importantes dos itens de cuidados pessoais (1,91%), sobretudo o perfume (5,35%), e dos planos de saúde (1,63%), alguns dos quais tiveram reajustes retroativos a julho autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Com o maior aumento dentre os grupos de produtos e serviços pelo quarto mês consecutivo (desde julho), vestuário foi pressionado para cima tanto pelas roupas (1,28%) quanto pelos calçados e acessórios (2,78%).
Entre os grupos com deflação na prévia de outubro, na RMS, o destaque foi mais uma vez para os transportes (-1,56%), que tiveram a queda mais intensa e a maior contribuição no sentido de segurar o IPCA-15 do mês. A gasolina (-5,37%), os ônibus urbanos (-6,38%) e o etanol (-16,06%) foram as principais influências.
Entretanto, as passagens aéreas registraram aumento expressivo na prévia de outubro (20,01%, o segundo mais elevado dentre todos os itens pesquisados) e foram, individualmente, o item que mais pressionou o custo de vida na RM Salvador, segundo o IPCA-15 do mês.
O grupo comunicação (-0,69%) teve a segunda queda mais intensa e também a segunda principal contribuição de baixa para o IPCA-15 de outubro, puxado pelos planos de telefonia móvel (-1,5%).
Em seguida vieram os alimentos (-0,09%), que tiveram sua primeira variação negativa de preços em mais de dois anos (desde agosto de 2020, quando o IPCA-15 havia sido de -0,14%). Foram decisivos nessa deflação itens importante no consumo diário, como o leite longa vida (-6,04%), as carnes em geral (-0,72%) o pão francês (-1,57%) e o óleo de soja (-5,30%).