Além da falta constante de água… ainda não será neste Verão que os barraqueiros de Tairu ocuparão os novos pontos comerciais, que podem garantir a renda de muitas famílias. O ritmo das obras da Prefeitura de Vera Cruz continua devagar ou… quase parando. (Foto: JORNAL DA MÍDIA)
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Moradores das localidades de Tairu, Aratuba, Berlinque e Cacha-Pregos, no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, estão verdadeiramente comendo o pão que o diabo amassou. Sofrem diariamente com a falta de água, que se arrasta desde o mês de dezembro. Sofrem também com ruas inteiras esburacadas e com obras da Prefeitura Municipal que nunca têm fim.
A Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento, do Governo do Estado, decidiu fazer obras de substituição da tabulação entre Tairu e Aratuba (cerca de 4 quilômetros). Os serviços se arrastam e o consumidor tem que enfrentar diariamente a irregularidade no fornecimento ou até mesmo a falta total de água. Além de Tairu e Aratuba, são atingidas também as populações de Berlinque e Cacha Pregos.
E o descaso da estatal Embasa é total. Não informa nada ao cidadão. Deveria, no mínimo, publicar um boletim diário sobre a situação real, com orientação ao usuário e divulgando também uma previsão sobre o andamento das obras e o prazo previsto para a conclusão dos serviços.
Imaginem que o transtorno causado pela Embasa acontece em pleno Verão, período em que a população da Ilha de Itaparica praticamente dobra com a chegada de veranistas e turistas. O JORNAL DA MÍDIA consultou neste sábado (5) a página da Embasa na internet e constatou que o último aviso da companhia direcionado à Ilha de Itaparica foi divulgado em 30 de agosto do ano passado. Depois disso, nenhuma explicação ou satisfação aos moradores da Ilha.
Nas redes sociais, consumidores da Embasa da Ilha de Itaparica publicam relatos diários sobre a gravíssima situação no abastecimento de água. Tem cliente afirmando que quando a situação se agrava e que a água da Embasa sequer pinga na torneira, o jeito é comprar água mineral até para tomar banho. E a Embasa nada diz.
“O descaso é total não só por parte da Embasa, que deveria se explicar. Mas, descaso também da Prefeitura de Vera Cruz, que deveria estar cobrando e exigindo da Embasa um posicionamento para a situação, que é cada vez mais grave. Essa omissão da gestão municipal é sentida por qualquer cidadão que mora no município de Vera Cruz”, afirma Anttonio Jorge Assis, que reside em um condomínio na localidade de Tairu.
Tairu tem obra devagar quase parando que inferniza os moradores
O ritmo das obras do projeto de requalificação das barracas e pracinha de Tairu é tão lento que até os tapumes estão apodrecendo e caindo. Parece até uma obra que faltou dinheiro para ser concluída.
É em Tairu, aliás, que existe outro grande e grave problema deste Verão em Vera Cruz. Uma obra de requalificação da Prefeitura Municipal, bem no centro do povoado, parece não acabar nunca e inferniza a vida não só dos moradores locais, mas de quem transita pela via em direção a Aratuba. Buracos enormes, calçamento totalmente danificado. E o que é pior: quase ninguém trabalhando na obra.
A obra de Tairu foi projetada para abrigar as antigas barracas de pequenos comerciantes do local, que ficavam à beira da via, e realmente precisavam ser reconstruídas. O projeto engloba ainda a construção de uma quadra de esportes e uma reordenação na pracinha do lugarejo, que recebe milhares de visitantes no ano inteiro.
O espaço para a construção dos novos módulos destinados às barracas , até agora, mostra as barracas sendo levantadas. Desde o início do mês de janeiro que passou, o panorama é o mesmo. O JORNAL DA MÍDIA esteve no local e constatou que somente três operários estavam trabalhando. Os tapumes da obra estão velhos e caindo, passando uma imagem de abandono da obra.
Na página oficial da Prefeitura de Vera Cruz na internet (www.veracruz.ba.gov.br) o JORNAL DA MÍDIA não encontrou nenhuma notícia atual sobre as obras de Tairu, com informações sobre início das obras, cronograma atual e prazo de entrega.
“Eu já nem acredito mais que essas barracas sejam entregues. Passamos o inverno e o verão sem ter nosso comércio, como se a gente já não estivesse sofrendo com essa pandemia. Foi um sofrimento o Verão de 2020 e imagine este que não tem nada aqui, que a gente não vende nada”, lamentou um antigo proprietário de barraca de Tairú, que preferiu não se identificar.