O presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
As perguntas do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) já dão a senha. Senadores da comissão traçaram uma estratégia para tentar chegar ao presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, em especial o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), por meio das empresas envolvidas na investigação. Além disso, entraram na mira da CPI nomes próximos ao clã, como o do advogado Frederic Wassef.
Segundo informa nesta quinta-feira (15) a colunista política Bela Megale em seu blog no site do jornal O Globo, o grupo suspeita que Wassef e outras pessoas ligadas aos Bolsonaro podem ser o elo entre essas companhias e a família do presidente.
Hoje um dos principais focos da CPI é se debruçar sobre as quebras de sigilo da Precisa Medicamentos e das organizações sociais que atuam em hospitais do Rio de Janeiro. O objetivo é encontrar, em meio a esses dados, conexões com o clã Bolsonaro. Para isso, os senadores avaliam, inclusive, usar as duas semanas do recesso parlamentar para fazer diligências no Paraguai e no Rio de Janeiro.
A ação no país vizinho envolveria uma companhia que teve relação com a Precisa e a negociação da vacina Covaxin. Já no Rio, as medidas focariam as organizações sociais listadas pelo ex-governador Wilson Witzel e que, segundo ele, têm relação direta com Flávio.
Os parlamentares também planejam pedir as quebras de sigilo de Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro. Hoje, porém, a avaliação é de que a comissão não tem elementos para embasar a solicitação. Os senadores acreditam que informações provenientes das empresas podem trazer elementos que justifiquem medidas relacionadas a Wassef. No mês passado, o advogado foi ao Senado no dia do depoimento dos irmãos Miranda, que denunciaram o caso Covaxin. A presença dele foi interpretada como uma tentativa de intimidação por parte dos senadores.
Os parlamentares também querem saber mais sobre as conexões entre Flávio Bolsonaro e a Precisa.