
A produção industrial da Bahia, em setembro, apresentou seu quinto crescimento consecutivo (4%) frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal. O avanço da indústria baiana nesse confronto ficou bem acima do registrado na passagem de julho para agosto (1,6%) e também foi superior ao desempenho nacional (2,6%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Mesmo assim, diferentemente do que ocorre no Brasil como um todo, o setor fabril da Bahia ainda não se recuperou das perdas registradas desde que se iniciou a pandemia da Covid-19, mantendo uma queda acumulada na produção de -7,8% entre os meses de março e setembro.
Apesar da manutenção de resultados positivos frente ao mês imediatamente anterior, em relação a setembro de 2019, a produção industrial baiana seguiu em recuo (-1,9%) pelo sexto mês consecutivo (cai desde abril). Mesmo mostrado importante redução no ritmo de queda nesse período, o resultado do estado foi bem pior que o nacional (3,4%) e um dos 3 recuos registrados entre os 15 locais investigados.
Pior que a Bahia ficaram apenas Mato Grosso (-6,2%) e Espírito Santo (-11,0%). Por outro lado, Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%) e Pará (8,1%) tiveram os melhores resultados em setembro 20/setembro 19.
No acumulado de janeiro a setembro de 2020, a produção da indústria na Bahia acumula perda de -7%, em relação ao mesmo período de 2019. O resultado é bem pouco melhor que o do Brasil como um todo (-7,2%). Nos 12 meses encerrados em setembro, a indústria na Bahia também se mantém no negativo (-5,8%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado está discretamente pior que o verificado no Brasil como um todo (-5,5%).
Veículos: queda de 21,8%
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com setembro de 2019 (-1,9%) refletiu as quedas tanto na indústria extrativa (-8,1%), terceiro recuo consecutivo, quanto na indústria de transformação (-1,5%), sexta queda seguida.
Entretanto, apenas 4 das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado tiveram quedas de produção, com destaques, mais uma vez, para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-21,8%) e a metalurgia (-17,6%).
Os segmentos tiveram os maiores recuos e foram os que mais puxaram a produção industrial baiana como um todo para baixo, em setembro.
A indústria automobilística no estado cai seguidamente desde fevereiro e se mantém com o pior desempenho no ano de 2020 (-46,7%), frente ao mesmo período de 2019.
Já a metalurgia vem em quedas seguidas há um ano, desde setembro de 2019, e acumula recuo de -37,7% em 2020.
Além delas, as atividades de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-1,1%) também mostraram quedas de produção.
O segmento de derivados de petróleo é o mais representativo na estrutura industrial baiana e teve, em setembro, seu primeiro resultado negativo após um ano de crescimentos consecutivos, inclusive durante a pandemia (a produção aumentou mês a mês entre agosto de 2019 e agosto de 2020).
Entre as 7 atividades industriais com aumento de produção em setembro 20/ setembro 19 na Bahia, o principal destaque, em termos de magnitude da taxa, foi novamente para a fabricação de bebidas (10,9%).
Mas os segmentos que mais contribuíram para segurar a queda da indústria baiana no mês foram a fabricação de outros produtos químicos (10,0%) e a produção de alimentos (9,8%).