O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu hoje (28) que a corte investigue se o presidente Jair Bolsonaro utilizou órgãos do governo federal (GSI e Abin) para “causar embaraços e dificultar” apurações da Receita Federal sobre o senador Flávio Bolsonaro.
De acordo com reportagem da revista “Época”, as advogadas de Flávio Bolsonaro, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, mobilizaram órgãos do governo com o intuito de anular as investigações envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, no caso das “rachadinhas”. Apesar da suposta mobilização, segundo a revista, os órgãos não encontraram as tais irregularidades.
Segundo a revista Época, ao ser acionado pelas advogadas, Jair Bolsonaro convocou para o encontro o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“É difícil crer, no entanto, que autoridades do primeiro escalão da administração federal das áreas de inteligência e segurança institucional possam estar encarregadas de receber denúncias da natureza das que ora se cogita, relacionadas a ilícitos tributários e respectivas investigações”, diz trecho da representação do subprocurador Lucas Furtado.
O subprocurador afirma que, se confirmadas as suspeitas, a ação de Bolsonaro pode ser caracterizada como desvio de finalidade pública. Neste caso, caberia ao TCU apurar o prejuízo causado ao patrimônio público e a responsabilidade dos envolvidos, além de aplicar sanções.