O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em -0,47% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ficou bem abaixo da deflação registrada em abril (-0,16%) e muito menor que o índice de maio de 2019 (0,11%). Foi o menor IPCA para um mês de maio na RMS desde o início o Plano Real, em 1994. Considerando todos os meses, foi a maior deflação em cerca de seis anos, desde julho de 2014, quando o índice havia ficado em -0,61%, segundo o IBGE.
A deflação verificada em maio na RMS foi mais intensa do que a registrada no país como um todo (-0,38%). O índice nacional foi o menor, considerando todos os meses do anos, desde agosto de 1998 (quando havia ficado em -0,51%).
Em maio, todos os 16 locais investigados pelo IBGE tiveram deflação. Os menores índices foram verificados na RM Belo Horizonte/MG (-0,60%), no município de Campo Grande/MS (-0,57%) e na RM Curitiba/PR (-0,57%). As quedas menos intensas ocorreram na RM Recife/PE (-0,18%), na cidade de São Luís/MA (-0,22%) e em Goiânia/GO (-0,25%).
Apesar das deflações de abril e maio, o IPCA da RM Salvador ainda acumula discreta variação positiva, de 0,04%, no ano de 2020. Manteve a trajetória de desaceleração, mas ainda está acima do verificado no Brasil como um todo (-0,16%). Nos 12 meses encerrados em maio, a inflação acumulada na RM Salvador ficou em 1,66%, também com importante desaceleração em relação aos 2,26% acumulados até abril e se sustentando abaixo do índice nacional (1,88%).
Transportes
A deflação de maio, na RMS (-0,47%), embora expressiva, foi concentrada em três dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA: transportes (-4,11%), vestuário (-1,14%) e habitação (-0,19%).
Os demais seis grupos tiveram aumentos médios de preços no mês, com destaque para alimentação e bebidas (1,18%), artigos de residência (0,98%) e saúde e cuidados pessoais (0,20%).
Além disso, seis dos nove grupos tiveram aceleração no IPCA entre abril e maio, ou seja, tiveram índices maiores em maio do que em abril. Isso só não ocorreu com transportes (-2,14% em abril e -4,11% em maio), alimentação e bebidas (2,34% em abril e 1,18% em maio) e habitação (0,35% em abril e -0,09% em maio). Por outro lado, os artigos de residência tiveram a maior aceleração no IPCA entre abril (-2,81%) e maio (0,98%).
O IPCA de maio na RMS teve forte influência da queda média nos preços dos combustíveis (-12,03%), com pesos importantes da gasolina (-12,12%), do etanol (-13,71%) e do diesel (-8,26%). Ainda no grupo transportes, as passagens aéreas também mostraram deflação relevante (-23,87%).
Dentre os itens de vestuário, houve quedas nas roupas femininas (-2,41%) e masculinas (-2,32%), enquanto as roupas infantis tiveram uma variação positiva (0,84%). Já dentre as despesas com habitação, as principais influências para baixo vieram de aluguel e taxas (-0,43%) e condomínio (-0,98%).
Entre os grupos em alta no IPCA de maio, na RM Salvador, a alimentação, apesar de ter desacelerado, mais uma vez liderou, com aumentos tanto nos alimentos consumidos em casa (1,48%) quanto na alimentação fora (0,40%), que inclui serviços de delivery.
A cebola continuou com forte alta (51,71% em maio e 139,93% no ano de 2020), as carnes voltaram a aumentar (2,06% em maio, frente a -0,21% em abril), o feijão carioca (11,56%) e o pão francês avançaram (1,78%), entre outros produtos importantes do dia a dia.
Entre os artigos de residência, as maiores pressões inflacionárias vieram de equipamentos de TV, som e informática (4,13%) e de eletrodomésticos e equipamentos (3,28%). Já no grupo saúde e cuidados pessoais, os destaques em alta foram os planos de saúde (0,60%), produtos para a pele (6,52%) e os produtos farmacêuticos, ou medicamentos em geral (0,66%).