Mais de cinquenta empresas de médio porte estão com processos de instalação ou ampliação paralisados em todo o estado por causa de atrasos do governo Rui Costa (PT) em resolver entraves burocráticos criados após a extinção da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia (Sudic), em dezembro de 2018. Entre os negócios suspensos, há o de um grupo pernambucano que planeja investir cerca de R$ 300 milhões para construir um centro de logística em Camaçari. A informação é da coluna Satélite do jornal Correio, acrescentando que com o fim da Sudic, criaram-se lacunas legais que impedem a cessão de áreas antes pertencentes ao órgão, avaliadas à época em aproximadamente R$ 3 bilhões.
Mapa da paralisia
Os projetos parados estão espalhados na Região Metropolitana, cidades do interior e nos distritos industriais de Feira, Vitória da Conquista, Ilhéus, Barreiras, Jequié e Teixeira de Freitas. Segundo fontes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que absorveu atribuições da Sudic, o número pode ser maior, já que a cada semana chegam novos processos na pasta.
A falta de novos mecanismos legais para negociar ou ceder áreas voltadas à implantação de empreendimentos criou embaraços para o mais importante projeto da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) nos últimos anos: o Senai Cimatec Park, megacomplexo de inovação tecnológica construído no Polo Industrial de Camaçari. Com inauguração marcada para próximo dia 11, a Fieb ainda tinha até ontem dificuldades para obter a escritura do terreno onde a unidade está instalada. Desde o fim da Sudic, onde as decisões eram tomadas por um conselho, o governo bate cabeça para definir como liberar as áreas sem descumprir a lei. Rui Costa chegou a assinar um decreto que autoriza o vice-governador João Leão (PP), chefe da SDE, a endossar as opções de compra e transferência de posse das áreas, mas o dispositivo teve a legalidade questionada por técnicos do governo.
Fonte: Correio / Coluna Satélite