A proposta de exportar o algodão produzido do oeste da Bahia pelos portos do Norte e Nordeste do Brasil começou a sair do papel com uma carga piloto do produto, enviada para exportação, via Porto de Salvador. O carregamento teste teve por objetivo mensurar os custos e benefícios desta prática, a fim de diminuir a pressão sobre o Porto de Santos, destino final de praticamente toda a produção brasileira que, em períodos de pico de safra fica sobrecarregado. Como consequência, os atrasos no embarque oriundos da falta de contêineres e caminhões para transportes da carga, são frequentes.
Via terrestre, a carga saiu de uma fazenda da região com uma carga de 200 toneladas de algodão, até o desembarque em armazém, seguindo para o terminal marítimo e, finalmente embarcada, rumo à Turquia, no Oriente Médio. Este piloto foi realizado no último mês, no dia 21 de novembro, porém, a logística e organização da operação teve início ainda no ano passado, com uma série de encontros entre representantes da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), da XinguAgri, da Louis Dreyfus Company, uma líder na comercialização e no processamento de produtos agrícolas; do armador (MSC) e do Grupo Wilson Sons, operador do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon).
“Este teste não só valida como garante que há infraestrutura necessária para que Salvador seja a porta de saída do algodão de imediato. Com retroarea adequada e a capacidade de atendimento do porto, conseguimos, de forma integrada, dar competitividade as exportações para Europa e Oriente Médio. Para a próxima safra, associar a esta infraestrutura um serviço direto a Ásia, tornaria o porto de Salvador a melhor opção para exportação de algodão do Matopiba”, diz o gestor comercial do Tecon, Guilherme Dutra, que acompanhou toda a operação.
Para Brenno Queiroz, da Louis Dreyfus Company, que também acompanhou o embarque, essa possibilidade de exportação pode se tornar uma realidade para exportar o algodão do oeste da Bahia de forma mais eficiente. “O teste piloto foi bem-sucedido e a comunicação fluiu bem entre todos os envolvidos. Para os próximos testes, a ideia é aumentar a capacidade de embarque para entender o que deve ser melhorado, como, por exemplo, quantidade de contêineres e de carretas, mas, também, o que pode ser melhorado em relação aos custos do frete marítimo, comparado ao que já é operado atualmente em Santos”, afirma.