A Universidade Federal da Bahia prestará nesta sexta-feira, dia 15 de dezembro, às 18 horas, no Salão Nobre da Reitoria,uma homenagem especial a João Pereira dos Santos (o mestre João Pequeno), que está completando 100 anos de vida. O capoeirista é considerado o mais importante discípulo e continuador da obra do mestre Pastinha, expandindo o conhecimento e a prática da capoeira Angola para diversas partes do mundo.
Participam do evento na Reitoria discípulos e mestres de capoeira, estudiosos da academia, o reitor João Carlos Salles e o reitor Valder Steffen Júnior, da Universidade Federal de Uberlândia, instituição que, assim como a UFBa, outorgou o título de doutor honoris causa ao mestre João Pequeno. O capoeirista foi também agraciado como Comendador da República pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2003, e ganhou o título de cidadão da cidade de Salvador da Câmara Municipal, em 1998.
“A iniciativa de propormos essa homenagem ao doutor João Pereira dos Santos, surge da compreensão que a universidade – que é a representante maior do saber científico – necessita urgentemente dar dignidade e reconhecer os saberes populares como fundamentais para uma maior humanização do mundo. Hoje, a Universidade Federal da Bahia tem dado passos importantes na superação dessa contradição através de inúmeras iniciativas da atual gestão, muito sensível a essa causa”, destaca Pedro Abib, professor da Faculdade de Educação da UFBA, discípulo do mestre João Pequeno e organizador do evento.
Discípulo de Pastinha – João Pequeno nasceu em 27 de dezembro de 1917 em Araci, município do semiárido baiano. Anos mais tarde, em Salvador, já participava de rodas de capoeira. Na década de 1940, conhece Pastinha, tornando-se então destacado discípulo, aprendendo e ensinando no Centro Esportivo de Capoeira Angola, dirigido pelo mestre. No início da década de 1980, funda o Centro Esportivo de Capoeira Angola Academia Mestre João Pequeno de Pastinha, no Forte Santo Antonio Além Carmo. Além disso, ao longo dos anos ele viajou por todo o Brasil e por vários países, levando o conhecimento da capoeira a se espalhar pelo mundo.
Mestre João lutou capoeira até seus 91 anos em plena forma. O centenário está sendo celebrado durante todo o mês de dezembro, com atividades culturais e rodas na academia do mestre, no forte de Santo Antônio além do Carmo.