REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O transporte irregular de passageiros entre Salvador e o Morro de São Paulo, que é feito à margem da lei e sem qualquer fiscalização da Agerba (Agência de Regulação e Fiscalização de Transportes da Bahia), tem tudo para ser ampliado até Boipeba, também na Ilha de Tinharé. Pelo menos é isto que está anunciando, através de cartazes e folhetos amplamente distribuídos no mercado, a empresa que faz a operação, considerada clandestina, pelos transportadores que têm o serviço concedido pelo Estado para atuar na linha marítima entre a capital e o Morro.
Na programação do “transfer” do “operador marítimo” já constam os novos horários, preços e a ampliação do ”serviço”, que vai ganhar uma perna até Boipeba. (Confira a imagem no final do texto).
Na última terça-feira, os operadores do transporte marítimo de Morro de São Paulo fizeram uma manifestação em frente à agência da Cassi Turismo, no Morro, quando alertaram a Prefeitura de Cairu para a gravidade da situação. Os manifestantes prometeram “medidas mais sérias” contra a agência de turismo que segundo eles não tem qualquer autorização da Prefeitura para operar no transporte marítimo na Ilha de Tinharé, fazendo o tradicional passeio pela ilha.
“Os operadores impediram a saída de uma lancha da Cassi. E a tendência é que a situação se agrave, se esse agente continuar querendo operar dessa forma irregular, clandestina. Ele não vai fazer aqui no Morro de São Paulo o que faz em Salvador, porque lá a Agerba fecha os olhos, porque deve ter outros interesse que não sabemos. Aqui quem vai resolver a situação somos nós mesmos, os operadores de Valença e do Morro. São os nativos. A Agerba aqui não manda em nada”, advertiu um operador.
O presidente da Associação dos Proprietários de Lanchas do Passeio da Ilha de Tinharé (APLPIP), Sérgio Avelim, informou ao JORNAL DA MÍDIA que a entidade congrega 70 operadores, que já atuam na atividade (passeio) há mais de 20 anos. Ele explicou que ainda hoje terá um encontro, em Morro de São Paulo, com o proprietário da Cassi Turismo ”para deixar tudo claro”.
“Aqui os operadores trabalham de forma ordenada. Nós não vamos permitir operações “por fora”. Tem que ser utilizando os serviços que já prestamos e cuja renda fica dentro do próprio município, beneficiando os nativos. Esperamos que o bom senso prevaleça, porque não vamos permitir que o serviço seja feito de forma predatória.”, sustentou Avelim.
Ação Clandestina e Perigosa – Há um mês, a Astramab – Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia protocolou na Agerba uma série de denúncias, reforçando mais uma vez a necessidade de o órgão fiscalizador e regulador, atuar realmente no combate ao transporte clandestino entre Salvador e o Morro de São Paulo, que vem provocando uma sangria sem precedente nas contas das três operadores, que ganharam a licitação e pagaram outorgas ao Estado.
As denúncias protocoladas na Agerba são compostas por vídeos, fotografias e material jornalístico divulgado na imprensa mostrando como os operadores do transporte clandestino agem até mesmo dentro do Terminal Náutico, aliciando e vendendo passagens a turistas, sem qualquer ação dos fiscais da Agerba. Em resumo: a Agerba sabe de tudo faz muito tempo, mas não cumpre seu papel de órgão fiscalizador. Só quando é do interesses dos seus prepostos.
O transporte clandestino para o Morro, segundo a Astramab, já vem sendo feito deste 2013, um ano após a concessão do serviço pelo Estado da Bahia, através de licitação. Desde então, a Agerba já foi alertada diversas vezes pela entidade. Constantemente os turistas denunciam problemas causados pelo transporte irregular. O site Reclame Aqui (clique AQUI e confira) hospeda centenas de denúncias de consumidores contra os agentes do transporte irregular para o Morro de Sâo Paulo.
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