A depressão está entre as doenças indicadas pelo Conselho Federal de Medicina – CFM para a realização da cirurgia bariátrica, em pacientes com obesidade associada. Segundo estudo publicado no JAMA – Journal of the American Medical Association, 25% dos pacientes que se candidatam à cirurgia bariátrica possuem algum distúrbio de humor ou ansiedade. Em obesos, casos de compulsão alimentar e depressão são duas vezes maior do que na população em geral.
“O acompanhamento psicológico é de suma importância para aqueles que desejam realizar o tratamento cirúrgico. Os distúrbios como depressão e a compulsão alimentar não inviabilizam a significativa perda de peso alcançada através da bariátrica. Através da cirurgia, também é notada uma redução do quadro de depressão”, explica o Dr. Marcus Lima, médico especialista em cirurgia bariátrica e videolaparoscopia.
A associação da depressão à obesidade ocorre, dentre outros fatores, devido às alterações químicas e de funções do cérebro quando submetidas ao estresse. Pessoas deprimidas possuem 58% mais chances se tornarem obesos. A alteração dos padrões alimentares, o desconforto do excesso de peso e problemas com autoestima também contribuem para a depressão. “Isso ocorre devido ao aumento do hormônio cortisol, em situações de estresse, que desacelera o metabolismo e pode alterar as células de gordura, proporcionando um maior acúmulo, principalmente na região abdominal”, afirma o Dr. Marcus Lima.
Ao combinar um quadro de estresse, depressão e compulsão alimentar é comum a escolha por alimentos industrializados, com maior valor calórico e baixo teor nutricional, devido à momentânea satisfação e sensação de bem-estar. “A depressão e a obesidade comprometem a qualidade de vida das pessoas. É imprescindível fazer escolhas corretas e buscar uma educação alimentar. Realizar atividades físicas também é muito importante pois diminuem o estresse, a ansiedade e vontade de comer fora de hora”, aconselha o cirurgião bariátrico.