Bela Megale, Mario César Carvalho e Walter Nunes
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, vai assumir no acordo de delação que negocia com procuradores da Lava Jato que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigaram as campanhas presidenciais de 2010 e 2014, vencidas pela presidente afastada, Dilma Rousseff. A informação está no jornal Folha de São Paulo desta terça-feira, em reportagem assinada por Bela Megale, Mario César Carvalho e Walter Nunes.
O executivo vai relatar que teve uma conversa com Dilma no México em 26 de maio de 2015, quando teria alertado a então presidente que os investigadores da Lava Jato estavam prestes a descobrir os pagamentos ilícitos que a Odebrecht fez ao marqueteiro João Santana na Suíça.
De acordo com o executivo, Dilma não deu atenção ao que ele dizia. A conversa ocorreu 24 dias antes de Marcelo ser preso pela Polícia Federal – a prisão preventiva de Marcelo completou um ano no último domingo (19). O ex-presidente da Odebrecht chegou a tratar de pagamentos ao PT com representantes do partido, em sua casa no Morumbi, na zona sul de São Paulo.
Alerta a Dilma – Até a descoberta dos pagamentos na Suíça, no valor de US$ 4 milhões, segundo os primeiros documentos enviados pelo país europeu, Marcelo dizia a seus interlocutores que não se sentia ameaçado pela Operação Lava Jato por acreditar que, se ele fosse preso, o governo de Dilma cairia junto com ele.