A Polícia Federal investiga se o marqueteiro João Santana e a esposa, Mônica Moura, atuaram para destruir possíveis provas do envolvimento deles em um esquema de pagamentos ilegais alvo de apuração na Operação Lava Jato. Conselheiro da presidente Dilma Rousseff e responsável pelas últimas três campanhas presidenciais do PT, Santana excluiu, no dia 22 de fevereiro, data da 23ª fase da Lava Jato, uma conta que tinha no Dropbox, apagando dados de celulares e computadores antes armazenados em arquivos em nuvem. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (30 pela edição Online da revista Veja.
Para a PF, foi uma “clara tentativa de eliminar eventuais elementos probatórios relevantes que ali pudessem ser encontrados”. O episódio foi utilizado pelos policiais para pedirem que o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos do petrolão em Curitiba, converta a prisão temporária do casal Santana em preventiva, que é aquela sem data prévia de duração.
Na avaliação da Polícia Federal, não há dúvidas de que João Santana e Mônica Moura podem impedir as investigações sobre o escândalo do petrolão se forem colocados em liberdade. Nas investigações, os policiais encontraram uma mensagem de e-mail de Clarice Peixinho, da agência de turismo Polistour, em que ela questiona se compra o bilhete aéreo para que a dupla retorne da República Dominicana, onde fazia a campanha à reeleição do presidente Danilo Molina. A mensagem data de uma sexta-feira, às 23h12, horário pouco usual para um expediente comercial. Mais: um dia antes, na quinta, começaram as mobilizações internas da PF para deflagrar a fase ostensiva da 23ª fase da Lava Jato. Somando os dois episódios, os investigadores concluíram que existe a “possibilidade de que os investigados tenham tomado conhecimento da deflagração da Operação que se daria três dias depois”.
Fonte: Veja Online/Laryssa Borges