REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O governador Jaques Wagner tornou sem efeito a portaria que nomeou Paganini Nobre Mota Junior como diretor do Departamento de Tarifas e Pesquisas Sócio-Econômicas da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). A nomeação do afilhado político do deputado Roberto Carlos (PDT) foi publicada ontem no Diário Oficial. O JORNAL DA MÍDIA, com exclusividade, denunciou que Paganini já tinha passagem pela polícia e recomendou ao governo mais zelo na escolha de nomes para exercer cargos de confiança na gestão pública.
No Diário Oficial desta sexta-feira (16) foi publicado o decreto do governador tornando sem efeito a nomeação que ele havia assinado em baixo. Apesar de nenhum veículo de comunicação ter repercutido a denúncia, a matéria do JORNAL DA MÍDIA teve grande repercussão nos meios políticos e foi compartilhada por centenas de internautas nas redes sociais Facebook e Twitter. Os comentários nas redes e na página do JM não puparam críticas a Wagner, que precisa urgentemente orientar melhor seus assessores na tarefa de análise dos currículos de afilhados políticos do governo que chegam à Casa Civil para aprovação.
Na matéria de ontem sobre a nomeação de Paganini Nobre Mota Junior, o JM mostrou que a nomeação era aberrante e escandalosa, levando em consideração que o indicado do deputado Roberto Carlos para o cargo já tinha passagem pela polícia: em 12 de abril de 2007, ele tinha sido preso por porte ilegal de arma em Juazeiro. “Quando foi detido, o ex-vereador estava com uma pistola Taurus calibre 40, de uso restrito das Forças Armadas e dois carregadores com 16 cartuchos intactos. Na hora da prisão, Mota Júnior estava em companhia do advogado Rodrigo Otávio de Lima, com quem havia discutido momentos antes e que levava uma pequena quantidade de cocaína. Os dois foram autuados em flagrante”, detonou o JM.
Irresponsabilidade – Se a Casa Civil tivesse qualquer preocupação em analisar de verdade os currículos que o governo recebe, teria feito o mesmo que o JM fez em relação a Paganini: uma simples pesquisa no Google onde poderia identificar um rosário de ocorrências envolvendo o nome da pessoa que o governador Jaques Wagner nomeou ontem e que teve que exonerar hoje por conta de uma reportagem cheia de dados e informações inquestionáveis. Peganini não durou 24 horas no cargo.
Relatou ainda a reportagem do JM: “Independente dos interesses políticos e da sua vontade de querer fazer a todo custo o deputado federal Rui Costa seu sucessor, o governador Jaques Wagner deveria ter mais cuidado e muito mais zelo com as nomeações que faz. É fato que a Agerba não representa mais absolutamente nada para o governo. Afinal, na atual gestão, a agência de regulação, que já foi referência nacional, se acabou completamente e encontra-se desmoralizada. Wagner transformou a Agerba, talvez, no maior cabide de emprego politico da estrutura estadual. Hoje, a agência abriga em seus quadros filhinhos de deputados e vereadores. E vai abrigar agora o ex-vereador do ”atestado ginecológico”.
O JM lembrou também de outra nomeação estapafúrdia feita em 2010 pelo governo e que foi decisiva para colocar a Agerba no fundo do poço em que se encontra: ”No caso da Agerba, é bom lembrar, não foi a primeira vez que aconteceu: em 2010, a briosa equipe da Casa Civil então comandada por Eva Chiavon, aprovou o currículo de um rapaz para o cargo de diretor-executivo da agência de regulação. O indicado, afilhado do deputado federal Marcos Medrado (SDD), que não tinha a menor qualificação para o cargo e viu cair do céu o seu primeiro emprego público, ficou famoso na autarquia, onde foi batizado pelos colegas de trabalho pelo apelido de “maluquinho da Agerba”. Depois que foi exonerado do comando da Agerba, teve todos os bens bloqueados por uma ação do Ministério Público da Bahia. Mais recentemente, a Casa Civil deu mais uma prova de sua ”capacidade”: aprovou o currículo de Diogo Medrado, 26 anos, filho de Marcos Medrado, para a presidência da Bahiatursa. Nada contra o rapaz, que é radialista em emissoras de seu pai, mas é dono de um currículo sofrível”.
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