A revista Veja desta semana, que chegou às bancas hoje (21) voltou a citar mais uma vez o deputado federal baiano Luiz Argôlo (SDD) e o envolve diretamente com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que também prendeu o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Em sua matéria, o jornalista Rodrigo Rangel vincula a sigla LA, que aparece nas gravações obtidas pela Polícia Federal, ao deputado Luiz Argôlo.
A revista transcreve diálogos entre o doleiro e seu interlocutor, que a publicação indica ser o parlamentar baiano.
Na página 46 da edição 2.370, Veja afirma que recursos do doleiro foram entregues no apartamento funcional do deputado na capital federal ( 302 N, Bloco H, Apartamento 603). Por isso o título da matéria: Delivery de Dinheiro.
A publicação teve acesso a escutas feitas pela Polícia Federal e registrou conversas sucessivas entre o doleiro, identificado como “Primo”, e um interlocutor frequente — possivelmente um de seus clientes — conhecido pela sigla “L.A”. Em mensagens trocadas em setembro passado, “L.A.” cobrou de Youssef um pagamento.
— E aí? — perguntou “L.A”.
— Meninos foram para o banco agora. Vamos ver o que conseguimos sacar e vamos para aí — respondeu o doleiro.
Segundo a revista, no dia seguinte “L.A.” ligou novamente, e Youssef pediu a confirmação do endereço de entrega. Seu interlocutor respondeu então fornecendo um endereço completo. Horas depois, o doleiro escreveu: “Já chegou. Desembarcando. A caminho”. O endereço da entrega da encomenda é, segundo a “Veja”, o do apartamento funcional onde mora o deputado baiano Luiz Argôlo, que recentemente trocou o PP pelo Solidariedade.
O deputado nega ser “L.A.” e diz à revista que tudo não passa de uma ilação. Segundo “Veja”, no entanto, há outros fatos que ligam o deputado a Youssef. O doleiro teria transferido R$ 120 mil a Vanilton Bezerra, chefe de gabinete de Argôlo. Mas Bezerra nega essas transações.
Em outubro, “L.A.” avisou ao doleiro: “A fatura da Malga este mês será de 155. Preciso receber na data, por favor”. A Malga Engenharia é uma das empresas de fachada usadas pelo doleiro para receber repasses de propina.
“L.A.” dá a entender, segundo a reportagem, que tem uma espécie de conta clandestina com Youssef: “Tenho o saldo 36”, escreveu ele, ao fazer um balanço dos pagamentos recebidos do doleiro no fim do ano passado.