O governo federal pretende solucionar a situação financeira da Eletrobrás no primeiro trimestre, apurou o ‘Broadcast’, serviço em tempo real da Agência Estado. A estratégia da equipe econômica e da direção da estatal envolve a retomada de um empréstimo de R$ 2,6 bilhões da Caixa à Eletrobrás, que será usado para sanar dívidas com o fundo setorial Reserva Global de Reversão (RGR). Outra medida em estudo é uma solução para as distribuidoras de energia ligadas ao grupo, que podem ser vendidas.
Afetada pela perda de receita com a renovação das concessões de geração e transmissão de energia no âmbito do corte da conta de luz, a Eletrobrás foi uma das empresas que mais perderam valor de mercado nos últimos meses. Recuperar parte dessa perda é um dos objetivos do governo, já que a Eletrobrás é responsável por boa parte dos investimentos do setor no País.
Aprovado pelos conselhos de administração da Eletrobrás e da Caixa Econômica Federal no fim do ano passado, o financiamento de R$ 2,6 bilhões foi suspenso pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em dezembro. O caso foi revelado pelo Estado em agosto. A decisão foi tomada pelo ministro depois que a operação foi avaliada pelo mercado como outra manobra na área fiscal.
No fim do ano passado, o presidente do Conselho de Administração da Eletrobrás, Márcio Zimmermann, também secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, disse que o financiamento poderia ocorrer em 2014. Segundo ele, as condições da operação são vantajosas para a companhia.
Prazo – O primeiro passo para a retomada do empréstimo foi dado nesta terça-feira, 14. Em despacho publicado no Diário Oficial da União, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cobrou da Eletrobrás o ressarcimento, nos próximos 30 dias, de uma dívida de aproximadamente R$ 2 bilhões com a RGR, acumulada entre 1998 e 2011.
“A fiscalização da Aneel detectou uma diferença entre os valores financiados aos agentes do setor elétrico e devolvidos à Eletrobras e que não foram repassados à conta da RGR”, explicou o órgão regulador.
A operação é vantajosa ao governo. A RGR é um dos pilares que sustentam uma das principais medidas do governo Dilma, a redução da conta de luz. Sem recursos desde maio do ano passado, o fundo tem sido abastecido pelo Tesouro Nacional, que vende papéis no mercado para levantar o dinheiro. Com o empréstimo, o volume de títulos poderia ser reduzido neste ano. (Diário do Poder)