Em uma decisão que surpreendeu até a experientes analistas políticos, a ex-senadora Marina Silva se filiou hoje ao Partido Socialismo Brasileiro (PSB), no último dia possível para concorrer nas eleições de 2014. Durante o anúncio da filiação, no entanto, Marina não deixou claro se será candidata a vice-presidente na chapa encabeçada pelo presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Questionado se a entrada de Marina Silva no PSB aumenta as chances do partido chegar ao segundo turno na disputa presidencial de 2014, Campos foi direto – “Acho que ninguém tem dúvida disso” – , mas evitou confirmar que já concorre ao Planalto. O governador, por sua vez, disse que a ex-senadora conseguiu expressiva votação no último pleito “porque o instigou o bom debate; o Brasil real para dentro do Brasil oficial”.
Marina, no entanto, tratou o governador o tempo todo já como candidato. “O PSB já tem um candidato, que está posto. Porque não apresentar o nosso programa a esse candidato?”, questionou ao explicar a “filiação simbólica” ao PSB como um gesto “programático, e não pragmático”.
Lideranças partidárias se posicionaram de maneira diversa sobre a novidade no cenário político nacional. Provável concorrente de Campos, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, classificou a filiação de Marina ao PSB como “uma conquista do Brasil democrático”.
Já para o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire, a decisão foi um “equívoco”. Como Campos e Marina são nomes fortes na disputa eleitoral, a união dos dois acaba enfraquecendo a oposição ao governo petista, avalia o PPS. Freire tentou até o último instante atrair a ex-senadora para a legenda.(CorreioWeb)