AGÊNCIA ANSA
Cairo – O Ministério Público egípcio afirmou ter recebido três acusações contra o ex-presidente egípcio Mohamed Morsi – espionagem, incitamento ao assassinato de manifestantes e de ter criado prejuízo à economia – sobre as quais está investigando. Além do ex-mandatário, as acusações foram apresentadas contra oito membros da Irmandade Muçulmana, entre os quais o líder, Mohamed Badie, e seu vice, Essam El-Erian.
O comunicado do MP é considerado estranho, porque raramente são divulgadas as acusações que ainda devem ser investigadas antes da incriminação. Segundo fontes locais poderiam ser necessárias semanas ou até meses para examinar as denúncias.
Um dos líderes da Frente para a Salvação Nacional (FSN), a coligação oposicionista laica, Mohammed Abulghar, pediu para que Morsi seja libertado como ato de reconciliação com o movimento islamista. “A Irmandade deve entender que as pessoas que manifestaram nas ruas contra a política de Morsi são muito mais que aqueles que o elegeram”, afirmou Abulghar em uma entrevista.
A ministra das Relações Exteriores da Itália, Emma Bonino, também pediu para que o ex-presidente seja libertado. “È cada vez mais urgente que se volte a uma dialética democrática para começar uma transição inclusiva. Mas isso não acontecerá até que permanecerão as medidas excepcionais e que não foram estabelecidas novamente as liberdades fundamentais para os egípcios”, declarou a chanceler italiana.
Entretanto, a Irmandade Muçulmana e seu braço político, o Partido Justiça e Liberdade, convidaram todos seus seguidores e partidários a voltar a manifestar na próxima segunda-feira para “a maior mobilização popular contra o golpe militar”. (Ansa Brasil)